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/Foto: Mandel Ngan/AFP
No último domingo (31), a Sérvia e o Kosovo tiveram um dia de forte tensão após o bloqueio de estradas com caminhões no posto fronteiriço do município de Leposavic por residentes sérvios no Kosovo, que resistem à independência do país. Os manifestantes também dispararam armas de fogo contra a polícia local. Na sequência do bloqueio, a polícia do Kosovo fechou os postos fronteiriços mais próximos. Já o governo sérvio negou que o exército tenha entrado no Kosovo.
Uma missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no Kosovo, comunicou que se encontra preparada para intervir se a estabilidade estiver em causa no norte do país. “Vamos adotar todas as medidas que forem necessárias para manter um ambiente seguro no Kosovo, em todos os momentos e em linha com o mandato conferido pelas Nações Unidas”, informou representantes da Aliança militar.
O escalar da tensão se deve a uma nova medida que será implementada a partir desta segunda-feira (1), que obriga os cerca de 50 mil sérvios residentes no Norte, que utilizam placas de matrícula e documentos emitidos pelas autoridades sérvias, recusando-se a reconhecer instituições de Pristina, a usar documentação emitida pelo governo kosovar. O governo do primeiro-ministro Albin Kurti disse que daria aos sérvios um período de transição de 60 dias a partir de hoje para obterem as placas de matrícula do Kosovo, um ano após terem desistido de tentar impô-las devido a protestos semelhantes. O governo também decidiu que todos os cidadãos da Sérvia em visita ao Kosovo teriam de obter um documento extra na fronteira para lhes conceder autorização de entrada. Uma regra semelhante é aplicada pelas autoridades de Belgrado aos kosovares que visitam a Sérvia.
O Kosovo declarou-se unilateralmente um país independente da Sérvia em 2008 e foi posteriormente reconhecido como Estado independente por mais de 100 países, no entanto ainda é reivindicado pela Sérvia e não recebeu o reconhecimento de outras nações como Rússia e China. Os Russos sempre se opuseram veementemente aos movimentos separatistas do Kosovo e o presidente da Rússia Vladimir Putin inclusive já afirmou que o reconhecimento da independência do Kosovo seria ilegal e imoral, pois reacenderiam os conflitos na região dos Bálcãs.
Desde a guerra de 1999 entre os sérvios e albaneses étnicos separatistas, a província tem sido administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) através da Missão de Administração Interina e pela OTAN. Mais de 90% da população de Kosovo são de origem albanesa e muçulmana, enquanto os sérvios são cristãos ortodoxos.
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