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PRIMEIRO MINISTRO
Presidente da Itália aceita renúncia do premiê do país
Publicado: 21/07/2022 às 14:30

/Foto: AFP
Nesta quinta-feira (21), o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou formalmente a sua demissão ao chefe de Estado do país, Sergio Mattarella após ter perdido o apoio de três partidos que apoiavam a sua coligação: o Movimento Cinco Estrelas (M5S), de Giuseppe Conte; a Liga, de Matteo Salvini; e o Forza Italia, de Silvio Berlusconi. "O presidente da república Sergio Mattarella recebeu esta manhã, no palácio do Quirinal, o chefe do Conselho de Ministros, professor Mario Draghi, anunciou novamente a sua renúncia e de seu governo. O presidente da república aceitou. O governo permanece em funções para tratar de questões atuais", relata a nota oficial.
Na semana passada, Draghi declarou que iria desistir da chefia do governo depois de um dos membros de sua coalizão, o Movimento Cinco Estrelas (D5Z) ter se recusado a participar do voto de confiança do governo. Mas na ocasião o presidente Mattarella recusou a demissão e convidou Draghi a ir ao Parlamento para um discurso a fim de fazer uma avaliação da situação. Já para os analistas possivelmente agora o Parlamento será dissolvido e devem ser realizadas eleições antecipadas, que devem acontecer em setembro ou outubro.
Crise política na Itália
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Luigi Di Maio, não é por acaso que o governo de Mario Draghi caiu, argumentando que os partidos que desistiram de apoiá-lo se aliam ao regime do presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Não é coincidência que o Governo tenha sido derrubado por duas forças políticas que piscam o olho a Vladimir Putin", acusou o ministro.
Recentemente Di Maio saiu do M5S, partido que liderou até janeiro de 2020, e na semana passada comentou que Moscou estava a brindar por causa da crise política em Itália. "Agora a Europa também está mais fraca. Esta é uma crise planeada há muito tempo pelo líder do M5S e ex-primeiro-ministro, Giuseppe Conte. A queda do Governo é o primeiro ato com o qual Conte e Salvini procuram retirar a Itália das alianças históricas, desestabilizando-a do ponto de vista econômico", denunciou Di Maio.
Desde o início da invasão russa, Draghi foi um ferrenho apoiador do presidente Volodymyr Zelensky, que reconheceu como a Itália se posicionou ao lado dos ucranianos. Este foi um dos pontos de tensão e atrito entre Draghi e o M5S, uma vez que Conte criticou o apoio de Roma a Kiev. A suspeição de ligações do M5S com Moscou remontam a 2018, quando este partido chegou ao Governo italiano em coligação com a Liga de Salvini. Ambos os líderes assinaram um acordo no qual, entre outras coisas, se comprometeram a lutar pela retirada de sanções europeias contra a Rússia. Por outro lado, é conhecida a admiração de Salvini pelo presidente russo, Vladimir Putin, a quem elogiou publicamente em repetidas ocasiões. Inclusive Salvini, que tem relações com outros políticos de extrema-direita da Europa, como a francesa Marine Le Pen, já chegou até a propor viajar a Moscou para mediar o conflito da Ucrânia. Além disso, Silvio Berlusconi também é um conhecido amigo de Putin e somente um mês e meio após o começo da guerra admitiu a sua "decepção" com o líder russo.
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