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Governo panamenho alcança primeiro acordo com manifestantes

Publicado: 25/07/2022 às 10:10

/Foto: ROGELIO FIGUEROA / AFP

/Foto: ROGELIO FIGUEROA / AFP

O governo e as organizações que promovem os protestos no Panamá alcançaram, nesta segunda-feira (25), um acordo inicial para reduzir o custo de vida, embora as negociações para acabar com as manifestações e os bloqueios de estradas continuem avançando lentamente.

Os representantes do governo e os manifestantes ainda discutem o primeiro dos oito temas do diálogo, que acontece em Penonomé, 150 quilômetros a sudoeste da Cidade do Panamá.

Na madrugada desta segunda-feira, porém, o governo socialdemocrata de Laurentino Cortizo concordou em reduzir o preço de 72 itens da cesta básica, entre alimentos e itens de higiene. Isso será feito por meio do estabelecimento de teto de preços, subsídios ao consumidor e reduções tarifárias. Com esta medida, o Executivo pretende reduzir em 30% o custo dos bens básicos.

Até agora, o governo havia reduzido o preço de 18 produtos da cesta básica. Também reduziu o preço do combustível de US$ 5,20 por galão (3,78 litros) para US$ 3,25.

"Desde que chegamos a esta mesa, falamos e ratificamos que o governo nacional tem toda intenção de continuar o diálogo e hoje ratificamos que também tem vontade de chegar a acordos", disse a ministra do Trabalho e do Desenvolvimento Trabalhista, Doris Zapata. 

"Já subimos o primeiro degrau na escada para resolver os problemas da crise social que este país vive", disse Fernando Ábrego, um dos porta-vozes dos manifestantes.

No entanto, os sindicatos, que pediam para regular os preços de 82 produtos, também exigem que se limite a margem de lucro de empresas e intermediários, medida rejeitada pelo governo.

As negociações acontecem desde quinta-feira, após três semanas de protestos e bloqueios de estradas, na pior crise social desde a invasão americana de 1989.

Os representantes dos manifestantes também reivindicam o investimento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública e que se aborde o futuro do sistema de saúde estadual. Também pedem medidas contra a corrupção e contra o desperdício de recursos públicos.

As discussões acontecem em meio à abertura temporária de algumas rotas, que foram bloqueadas por protestos.

"As ruas estão abertas. Fizemos contato com os companheiros para que, de forma conjunta, fosse dada a oportunidade para que esse diálogo fluísse", disse Luis Sánchez, um dos porta-vozes dos manifestantes.

Após este primeiro acordo, porém, os porta-vozes do governo voltaram a solicitar a reabertura total das rodovias.

"Lá fora, há uma população angustiada com os fechamentos", disse o ministro Zapata.

O fechamento da rodovia Pan-Americana, que liga o Panamá à Costa Rica e é a principal rota de comércio e de transporte de mercadorias em todo país, causou escassez de alimentos e combustíveis.
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