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Comissão Europeia recomenda status de candidato à Moldávia, mas Geórgia terá de esperar
Publicado: 17/06/2022 às 12:37

/Foto: Kenzo TRIBOUILLARD / AFP
A Comissão Europeia recomendou nesta sexta-feira (17) que os Estados-membros concedam à Moldávia o status de candidato à UE, mas a Geórgia terá de esperar, com apenas uma "perspectiva" de um dia se juntar aos Vinte e Sete.
Os pareceres sobre as duas ex-repúblicas soviéticas, como o sinal verde recomendada para a Ucrânia, serão discutidas na cúpula europeia de 23 a 24 de junho, e os líderes dos 27 países da UE terão que decidir por unanimidade.
A Moldávia "tem uma base sólida para garantir a estabilidade de suas instituições, democracia, Estado de direito, direitos humanos" e "foram feitos progressos para garantir boas finanças", mas "reformas econômicas essenciais ainda precisam ser realizadas", considerou o Executivo da UE em um comunicado.
"Desde que os líderes do país mantenham o rumo (nas reformas em curso), acreditamos que tem potencial para cumprir os requisitos" de uma candidatura, disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
"Este é um momento importante para o futuro da República da Moldávia e a esperança que nossos cidadãos precisam", reagiu a presidente moldava, Maïa Sandu, em uma mensagem postada no Telegram.
"Sabemos que o processo será difícil, mas estamos determinados a seguir este caminho. (Esta decisão) reforça as nossas aspirações europeias, encoraja-nos e reforça nossa certeza de estarmos no caminho certo", ressaltou.
A Geórgia terá, por sua vez, de esperar para obter este status de candidato, tendo a Comissão recomendado que lhe seja "oferecida a perspectiva de se tornar membro da União Europeia", situação que, no entanto, não tem valor jurídico.
"O status de candidato deve ser concedido assim que várias prioridades forem abordadas", disse o Executivo da UE.
Considera, em particular, que "são necessárias novas reformas para melhorar o funcionamento da economia de mercado" deste país, que, tal como se encontra, ainda não cumpre os critérios mínimos exigidos para ser candidato oficial.
"Cabe à Geórgia acelerar (as reformas) e avançar para esta porta aberta", comentou Ursula von der Leyen.
"Estamos felizes que a Comissão tenha nos oferecido um roteiro concreto para obter o status de candidato, mas é lamentável que não tenhamos recebido esse status hoje", disse Irakli Kobakhidz, líder do partido no poder.
"De acordo com todos os parâmetros mensuráveis (de conformidade com os padrões da UE), a Geórgia está à frente tanto da Ucrânia quanto da Moldávia", argumentou, ao considerar que "a solidez das instituições democráticas, a paz econômica e o desenvolvimento manterão a capacidade do país de se tornar candidato".
No que diz respeito à luta contra a corrupção, um ponto crucial na Moldávia, assim como na Ucrânia, Tbilisi é um bom aluno: em seu relatório de 2021 sobre corrupção, a ONG Transparência Internacional classificou a Geórgia em 45º lugar do total de 180 países, contra a 105ª posição da Moldávia, e a 122ª, da Ucrânia.
O pior Estado da UE, a Bulgária, está em 78º lugar, enquanto a Rússia aparece em 136º.
Pressionada pelo contexto da guerra na Ucrânia, a Comissão emitiu suas recomendações em um prazo particularmente curto: Geórgia e a Moldávia apresentaram suas candidaturas no início de março.
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