Turquia diz que OTAN deve apoiar suas questões com segurança

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou que pediu aos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que respeitem as preocupações de Ancara com a segurança. "Nós sempre apoiamos a Aliança, o espírito de união. Mas não podemos falar sim para cada proposta, não podemos falar sim a uma aliança com os países que apóiam o terrorismo que ameaça a segurança turca. Se somos aliados, então é preciso respeitar e apoiar as preocupações de Ancara sobre as questões de segurança, sobre as questões de nossas fronteiras. Nós vemos que não há essa atitude", disse o líder turco.

 

Segundo Erdogan, a Suécia e a Finlândia não apresentam uma posição clara a respeito do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK na sigla em curdo). Para o governo turco, o PKK é uma organização terrorista e uma força paramilitar que atua no sul e leste da Turquia e busca mais autonomia ou mesmo independência total do controle de Ancara.  O presidente turco afirma que tanto Estocolmo quanto Helsinque tem um histórico de concessão de asilo político a pessoas da Turquia, sobretudo curdos étnicos, algo que considera inaceitável.

 

Na próxima segunda-feira (23) está prevista a visita das delegações suecas e finlandesas à Turquia para discutirem sobre a adesão de ambas as nações na Aliança Atlântica. "Eu já falei que eles não precisam se incomodar. Isso é desnecessário. Nós não cometeremos o mesmo erro duas vezes", comentou Erdogan.  

 

O governo de Ancara afirma que até o momento os dois países nórdicos rejeitaram os seus pedidos para extraditar 33 suspeitos de estarem relacionados ao PKK e também ao movimento Gulen, que, de acordo com Erdogan, participaram da tentativa de golpe no país em 2016.