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Rússia poderá implantar bases militares na América Latina

Publicado em: 17/01/2022 14:32 | Atualizado em: 17/01/2022 14:35

 (Foto: Eloi ROUYER / AFP)
Foto: Eloi ROUYER / AFP
O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, declarou que existe a possibilidade de a Rússia implantar suas infraestruturas militares na Venezuela e em Cuba. Já o porta-voz presidencial da Rússia, Dmitry Peskov, disse durante uma coletiva à imprensa que não se pode esquecer que estes são países soberanos. "Estamos falando de Estados soberanos, não esqueçamos disso. É claro que, no contexto da situação atual, a Rússia está pensando em como garantir a sua própria segurança", comentou Peskov.

Por outro lado, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, apontou que a Casa Branca responderia de modo decisivo se Moscou programasse introduzir tropas na América Latina.

Propostas de segurança da Rússia
Em dezembro do ano passado, Moscou encaminhou aos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte projetos de um acordo de garantia da segurança da Europa, que propõem o término da expansão da OTAN para o leste, inclusive para a Ucrânia, e a não instalação de mísseis, armas nucleares ou meios militares na proximidade de suas fronteiras.

As negociações a respeito do assunto se iniciaram em uma reunião nos dias 9 e 10 de janeiro, em Genebra. Entretanto, antes mesmo do começo, os EUA expressaram considerar alguns trechos do documento inaceitáveis. Em contrapartida, a Rússia destacou que não aceitaria concessões unilaterais, especialmente sob pressão.

Recentemente no encontro do Conselho OTAN-Rússia que ocorreu na Bélgica, o vice-chanceler russo, Aleksandr Grushko, sinalizou que uma maior degradação da situação nas relações entre a Rússia e o Ocidente poderá trazer consequências graves e imprevisíveis para a segurança européia. Moscou persiste na proposta de que a OTAN cesse a cooperação militar com os países ex-soviéticos, rejeite a criação de bases nos territórios deles entre outras medidas.

Em relação às exigências russas, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, comentou que a Aliança Atlântica aspira restabelecer a missão em Moscou e a missão diplomática da Rússia na sede da OTAN. Porém, manifestou sua oposição à ideia de não integração da Ucrânia à organização, mas reconheceu que apesar de haver grandes diferenças nas abordagens dos assuntos geopolíticos entre a Rússia e a OTAN foi bastante importante iniciar o diálogo.
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