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/Foto: Reprodução/Pixabay
O suicídio de adolescentes entre 15 e 19 anos aumentou 45% em 2020 no Uruguai, um dos países com a maior taxa da América Latina entre sua população geral, disseram as autoridades nesta sexta-feira (16).
Neste país com 3,4 milhões de habitantes, 42 jovens dessa faixa etária suicidaram-se no ano passado, contra 29 que o fizeram em 2019, segundo relatório oficial divulgado hoje, véspera do Dia Nacional da Prevenção do Suicídio.
Se a análise for estendida para pessoas entre 15 e 24 anos, o suicídio se torna a primeira causa de morte. “A cada três dias, uma pessoa dessas idades tira a própria vida”, disse Lorena Quintana, chefe da área de Adolescência e Juventude do Ministério da Saúde Pública (MSP), em coletiva de imprensa.
A especialista destacou que, segundo estudos, "depois que um adolescente se suicida, mais de 100 pessoas são afetadas", entre colegas de classe, familiares e vizinhos. "Eles são os sobreviventes do suicídio".
A pandemia da covid-19 levou à restrição de movimento e atividades de lazer. Além disso, as aulas em todos os níveis de ensino eram em sua maioria ministradas virtualmente e, consequentemente, as oportunidades de socialização foram reduzidas.
No total, o Uruguai registrou 718 suicídios em 2020. O número está um pouco abaixo dos 723 registrados em 2019, mas mantém o país com uma taxa de 20,3 para cada 100.000 habitantes.
As estatísticas mostram uma alta nos últimos cinco anos, após aumentar gradativamente a partir de 1997. O pico, de 20,62, foi atingido em 2002, ano da última grande crise econômica que o país viveu.
Porém, dado que a média mundial gira em torno de 10 suicídios por 100 mil habitantes, deve-se "buscar explicações mais complexas do que as circunstanciais e transitórias”, disse Horacio Porciúncula, médico da Área de Saúde Mental do MSP.
Em 2020, 80,9% dos suicídios ocorridos foram de homens, enquanto a maior proporção ocorreu na faixa etária de 80 a 84 anos, com 36 casos e média de 51,7 por 100.000 habitantes.
“É urgente buscar estratégias, porque esta é a outra pandemia”, disse Quintana.
O Uruguai é um dos três países com as maiores taxas de suicídio da América Latina, atrás da Guiana e do Suriname, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde publicado em 2019.
O Lesoto lidera de longe o ranking mundial com uma taxa de 72,4/100.000 habitantes, seguido por Essuatíni, (29,4), Micronésia (28), Lituânia (26,1), Rússia (25) e África do Sul (23,5).
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