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URÂNIO

Agência Internacional de Energia Atômica diz que Irã pretende aumentar produção de urânio

Publicado: 08/07/2021 às 13:44

/Foto: Paul Zinken/AFP

/Foto: Paul Zinken/AFP

De acordo com o último relatório do diretor-geral da Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), Rafael Grossi, encaminhado ao conselho de diretores do órgão o Irã
possuí a intenção de utilizar 20% de urânio enriquecido na produção de combustível
para um reator de pesquisa científica em Teerã. "O Irã também produzirá urânio
metálico enriquecido ao nível de 20%";, relatou Grossi. Além disso, diretor-geral do
AIEA também comunicou que o Irã notificou a AIEA horas antes que 20% de óxido de
urânio enriquecido fossem entregue a um laboratório em uma fábrica de Isfahan, onde
seria convertido em fluoreto de urânio, e depois em 20% de urânio enriquecido.
 
O Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França já manifestaram sua insatisfação
com a decisão. "O Irã não tem nenhuma necessidade civil confiável de pesquisa,
desenvolvimento e produção de urânio metálico, que são um passo fundamental no
desenvolvimento de uma arma nuclear. Exortamos fortemente o Irã a suspender sem
demora todas as atividades em violação ao JCPOA, e a voltar às negociações em Viena
com o objetivo de levá-las a uma rápida conclusão", expressaram os três países em uma declaração conjunta emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.
 
Os Estados Unidos também emitiram uma declaração sobre o assunto. "Temos visto
reportagens da mídia que caracterizam este documento sobre enriquecimento de
urânio. É preocupante que o Irã esteja optando por continuar a escalada";, disse Ned
Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
 
Já o representante permanente da Rússia junto a organizações internacionais em Viena,
na Áustria, Mikhail Ulyanov, declarou que as negociações do acordo nuclear com o Irã
devem ser retomadas sem demora. “A única maneira de sair deste círculo vicioso é
retomar os diálogos de Viena sem demora, e restaurar completamente o JCPOA”,
apontou Ulyanov.

O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear
iraniano, foi assinado em 2015 pelo país persa e seis mediadores internacionais, que
impôs várias limitações ao programa nuclear da República Islâmica em troca do
cancelamento das sanções internacionais. Em maio de 2018, os EUA abandonaram o
acordo e iniciaram a imposição de sanções unilaterais contra o Irã, argumentando que o
governo iraniano permanecia desenvolvendo armas nucleares. Como resposta, em 2019,
Teerã começou a reduzir gradualmente seus compromissos com o JCPOA.
 
A capital da Áustria que tem sediado desde o início de abril deste ano reuniões da
Comissão Mista da JCPOA objetiva restaurar o pacto, além de grupos de trabalho que
elaboram medidas concretas a serem tomadas pelos EUA e o Irã para cumprir o acordo.
A sexta rodada de consultas foi realizada entre 12 e 20 de junho, e o início da sétima
ainda não foi programada.
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