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/Foto: FRANCK FIFE / AFP
Neymar chamou nesta sexta-feira de "absurda e mentirosa" a versão dada pela Nike sobre uma suposta recusa do astro brasileiro de cooperar com uma investigação sobre uma denúncia de agressão sexual contra uma funcionária da empresa americana.
"Afirmar que o meu contrato foi encerrado porque não contribuí de boa-fé com uma investigação isso é absurdo, mentiroso", escreveu o atacante do PSG e da seleção brasileira no Instagram.
O atleta de 29 anos disse que até as revelações feitas na quinta-feira ninguém o havia informado de denúncias que remontariam a 2016 e insistiu que são suspeitas totalmente infundadas.
"Em 2016 parece que já sabiam desse acontecimento. Eu não sabia!", escreveu o astro.
"Não me deram a oportunidade de me defender. Não me deram a oportunidade de saber quem é essa pessoa que se sentiu ofendida. Eu nem a conheço. Nunca tive nenhum relacionamento (com ela)", acrescentou Neymar, que atualmente se prepara, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, para o jogo entre Brasil e Equador no dia 4 de junho pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Catar-2022.
A Nike atribuiu na quinta-feira o encerramento de seu relacionamento com Neymar en 2020 à recusa de "cooperar de boa fé" com uma investigação interna basada en "alegações confiáveis de atos indevidos" que Neymar teria cometido contra uma funcionária da multinacional de artigos esportivos.
A investigação do incidente, que supostamente ocorreu em 2016, "não foi conclusiva" e, portanto, não levou a uma denúncia legal, disse a empresa.
"Não surgiu nenhum conjunto de fatos que nos permitiria fazer uma declaração substantiva sobre o assunto. Seria impróprio para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer fatos que a respaldem", afirmou.
O término prematuro do patrocínio ocorreu em agosto de 2020 sem que nenhuma das partes divulgasse os motivos.
- Pai de Neymar nega acusações -
No comunicado enviado à AFP, a Nike explicou que estava "profundamente preocupada com as acusações de agressão sexual feitas em 2018 por uma de suas funcionárias contra Neymar Jr".
Com base em documentos e relatos de testemunhas oculares, o The Wall Street Journal (WSJ) informou que a funcionária disse a seus amigos, assim como a colegas, que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em 2016 enquanto ela estava em seu quarto de hotel em Nova York, onde trabalhava na coordenação e logística de um evento promocional com o jogador.
"Como pode sair uma notícia dessa?", questionou o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, em declarações ao jornal Folha de S. Paulo, nas quais acusou a empresa de "chantagem". "É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça".
"Muito estranho, todos saem da Nike e são acusados assim. Muito estranho, isso aconteceu com o Cristiano Ronaldo, com o cara lá do basquete que morreu, o Kobe (Bryant), eles passam a ser denegridos, como o Neymar está sendo acusado falsamente agora", afirmou.
No comunicado, a Nike informou que estava pronta para investigar o incidente em 2018, quando a funcionária relatou o suposto assédio internamente, mas "respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação".
A Nike explicou que, a pedido da mulher, não fez qualquer denúncia na justiça até 2019, quando a funcionária finalmente decidiu pela investigação do caso.
"Seguimos respeitando a confidencialidade da funcionária e também reconhecemos que esta tem sido uma experiência longa e difícil para ela", continuou a empresa.
Citando documentos e pessoas não identificadas, o WSJ relatou que a Nike contratou advogados do escritório Cooley LLP para começar uma investigação em 2019 e, enquanto isso, decidiu por não contar com Neymar em atividades de marketing.
A assessoria de Neymar disse ao WSJ que ambas as partes conversavam sobre o caso até 2019. "É muito estranho que um caso que supõe-se ocorreu em 2016, com acusações de uma funcionária da Nike, venha à tona apenas nesse momento", declarou ao jornal.
Em 2019, Neymar também foi acusado de estupro por outra mulher no Brasil. A acusação, que ele negou veementemente e acabou sendo retirada, abalou a imagem do astro.
Após a denúncia, a Nike expressou "profunda preocupação", mas depois apoiou o jogador quando o caso foi encerrado pela polícia por falta de provas.
O atacante de 29 anos anunciou um novo acordo de patrocínio com a Puma poucas semanas após o rompimento com a Nike.
A Nike patrocinou o atacante desde que ele era um prodígio de 13 anos.
No início deste mês, em meio a rumores sobre seu futuro esportivo, o atacante assinou uma prorrogação de seu contrato com o Paris Saint-Germain até o final da temporada 2024-2025.
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