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DIPLOMACIA

Alemanha declara que manterá o diálogo com a Rússia

Publicado em: 20/04/2021 20:00

 (Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP)
Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP
Nesta terça-feira (20), em discurso virtual na Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou a necessidade de manter diálogo com a Rússia.

Para Merkel é errado fechar todos os canais de comunicação com a Rússia e, ainda destacou o comprometimento alemão na construção do gasoduto Nord Stream 2. "Em geral, temos muitos conflitos com a Rússia, que, infelizmente, dificultam nossas relações. Mas eu continuo sendo a pessoa que sempre diz: precisamos conversar um com o outro. A Alemanha também pretende manter as relações comerciais com a Federação da Rússia. Tenho a impressão de que a questão sobre o Nord Stream 2 se trata de um conflito que é mais abrangente e está ligado à questão de quão abrangente será nosso comércio com a Rússia, em particular, no setor energético. E a Alemanha tomou decisão favorável à construção do Nord Stream 2%u201D, afirmou a chanceler.

Além disso, a chanceler alemã acrescentou que a Alemanha continuará apoiando a Ucrânia como um país por onde o gás russo será transportado para a Europa. Merkel ainda garantiu que o objetivo do Conselho Europeu é "manter opiniões e posicionamentos distintos", visto que vários posicionamentos geram discussões que possibilitam "ajudar pessoas" em diferentes países.

Até 2019, as relações entre Moscou e Estrasburgo estiveram em crise devido à situação na APCE. O direito de voto foi retirado da delegação da Rússia na assembléia em abril de 2014 por causa da situação ucraniana e a adesão da Criméia. Já em 2015, a APCE estudou por duas vezes a possibilidade de restituir as autoridades da delegação da Rússia o direito aos votos, entretanto as sanções antirrussas a partir de então só aumentaram.

Em contrapartida a tais medidas, Moscou se recusou a trabalhar em tais condições. De 2016 a 2018 não mandou pedido para confirmação de suas autoridades devido a posicionamentos antirrussos em Estrasburgo e parou de pagar sua contribuição no orçamento do Conselho Europeu. Em junho de 2019, a APCE restituiu as autoridades da delegação russa e os parlamentares russos retornaram a trabalhar novamente com a assembléia.
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