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Trump deve indicar a conservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte, segundo a imprensa

Por: AFP

Publicado em: 26/09/2020 16:21

 (Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP)
Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelará neste sábado (26) o nome de quem substituirá a juíza Ruth Bader Ginsburg na Suprema Corte dos Estados Unidos, a cinco semanas da eleição presidencial em 3 de novembro. Segundo os principais americanos, a escolha do republicano seria a magistrada conservadora Amy Coney Barrett.

Se essa professora de Direito, de 48 anos, for nomeada e confirmada no cargo, isso consolidará a maioria conservadora na Suprema Corte do país, que toma decisões cruciais para a sociedade americana.

Segundo vários meios de comunicação americanos que citam fontes republicanas bem informadas, Barrett seria a substituta da progressista e ícone feminista Ruth Bader Ginsburg, conhecida como "RBG", que faleceu de câncer aos 87 anos de idade na última semana.

A rápida nomeação de uma possível sucessora à "RBG" é uma decisão polêmica pro ser tomada a menos de 40 dias antes das eleições presidenciais.

Os opositores democratas, liderados pelo candidato à Casa Branca, Joe Biden, exigiram que os republicanos não preenchessem a vaga na Suprema Corte até depois da eleição em 3 de novembro, quando será anunciado se Trump foi ou não reeleito para um segundo mandato.

O anúncio de Trump deve ser feito oficialmente neste sábado às 17h00 (21h00 GMT).

Maiorias conservadoras

Questionado na sexta-feira se a escolhida seria Amy Coney Barrett, Trump, que faz viagens para sua campanha eleitoral por vários estados, respondeu: "Não disse que era ela, mas ela é extraordinária".

"Vamos anunciar alguém extraordinário. Amanhã [sábado] vai ser um grande dia", afirmou o presidente na Virgínia.

Trump, que já indicou dois juízes para a Suprema Corte durante seu mandato, foi rápido em iniciar o processo para preencher a cadeira que era ocupada por Ginsburg e, assim, consolidar uma maioria conservadora nas próximas décadas para a Suprema Corte.

Com maioria republicana no Senado, o anúncio oficial da nomeação deve ser mera formalidade, e assim o Supremo teria seis juízes conservadores entre seus nove magistrados.

Segundo a neta de "RBG", o último desejo manifestado por ela antes de morrer foi que quem a substituísse fosse escolhido pelo presidente eleito, após as eleições de 3 de novembro.

A escolha de Barrett, uma católica praticante, mãe de sete filhos que se opõe ao aborto por convicção pessoal, pode impulsionar o eleitorado religioso conservador do qual Trump confiou fortemente em sua eleição há quatro anos.

Mas fontes republicanas citadas na mídia dos EUA não descartam uma "mudança de última hora" por parte do presidente.

A outra favorita é Bárbara Lagoa, nascida na Flórida há 52 anos e filha de pais que fugiram do regime comunista de Fidel Castro, que pode vir a ser um poderoso trunfo político naquele estado do sul, bastante decisivo para a reeleição de Trump.

Trump disse aos repórteres que durante sua parada na Flórida não se encontrou com Lagoa, a quem chamou de uma mulher "maravilhosa" e "hispânica".

Trump, vaiado

A confirmação no Senado requer maioria simples. E apesar dos protestos democratas, tudo indica que a votação ocorrerá antes da eleição presidencial.

"Certamente faremos neste ano", afirmou o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, referindo-se à confirmação de quem substituirá "RBG".

Como um sinal das tensões políticas, na quinta-feira, em meio a vaias, Trump fez um minuto de silêncio em frente ao caixão de Ginsburg exposto na entrada da Suprema Corte.

Uma semana depois de sua morte, na sexta-feira "RBG" recebeu as últimas honras fúnebres no Capitólio dos Estados Unidos, na presença de Biden e sua companheira de chapa, Kamala Harris.

"Hoje, a juíza Ginsburg fez história pela última vez", tuitou o ex-vice-presidente Barack Obama.

Ginsburg é a primeira mulher e membro da religião judaica a receber tal homenagem na sede do Congresso dos Estados Unidos.

Antes dela, os restos mortais de Rosa Parks, uma figura da luta pelos direitos civis, foram expostos na Rotunda do Capitólio em 2005.
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