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COVID-19

EUA recua na abertura com avanço da pandemia

Por: AFP

Publicado em: 13/07/2020 20:51

 (Foto: Eva Marie Uzcategui/AFP)
Foto: Eva Marie Uzcategui/AFP
Os contagiados pelo novo coronavírus alcançaram nesta segunda-feira (13) os 13 milhões em todo o mundo, enquanto a pandemia obriga os Estados Unidos a recuar em sua reabertura e avança na América Latina e no Caribe, que se tornou a segunda região do planeta com mais mortos por Covid-19. Em nível global, a doença causou 569.990 mortes e 13.000.166 contágios, segundo contagem da AFP.

Os Estados Unidos seguem na liderança dos balanços, com mais de 135 mil falecidos e 3,3 milhões de contágios. 

O avanço implacável da doença na primeira economia do mundo levou nesta segunda ao fechamento de salões de restaurantes, bares e cinemas em toda a Califórnia, além de igrejas, academias de ginástica, shopping centers e salões de beleza nos 30 condados mais afetados do estado, inclusive Los Angeles. 

O retrocesso se dá em meio a um intenso debate sobre as medidas restritivas, inclusive a reabertura de escolas, entre autoridades políticas e de diferentes jurisdições. 

As discussões e as pressões do governo Donald Trump para a retomada das atividades impediram uma resposta coerente diante do avanço do vírus, que bateu um recorde de contágios diários em vários estados nos últimos dias.

Autoridades de Houston, a maior cidade do Texas, por exemplo, pediram um novo confinamento depois da detecção de 1.600 novos casos em 24 horas. Mas o governador do estado, o republicano, não cedeu.

Sem volta rápida à normalidade
Dada a situação na América Latina e os retrocessos na Europa, onde novos confinamentos por recidivas geraram polêmicas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) jogou um balde d'água fria nas expectativas de um retorno rápido à normalidade com um novo alerta, um dia depois de reportar um recorde diário de 230 mil novos contágios no mundo.

"O vírus segue sendo o inimigo público número um, apesar das ações de muitos governos e pessoas não o refletirem", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O chefe da OMS voltou a pedir foco na prevenção dos contágios com as pautas sanitárias conhecidas, como o uso de máscaras, ao que Trump cedeu pela primeira vez em público no sábado.

"Quero ser franco com vocês: não haverá um retorno à normalidade em um futuro previsível", advertiu Ghebreyesus.

Na Espanha, os moradores de Lérida e sete comunidades vizinhas na Catalunha (nordeste) deveriam manter um confinamento domiciliar a partir desta segunda, mas um tribunal pôs a determinação em suspenso.

Em resposta, o presidente catalão, Quim Torra, disse que emitirá um decreto lei para dar cobertura jurídica aos confinamentos.

Neste contexto de recidivas, várias regiões, como a Catalunha e as ilhas Baleares, decidiram reforçar a obrigatoriedade do uso de máscaras.

A Hungria, por sua vez, proibirá a partir de terça-feira o acesso de viajantes latino-americanos, africanos e da maioria dos países asiáticos e de alguns europeus.

Volta das restrições
Em outras regiões do mundo, as restrições também voltaram, como na África do Sul, que reinstaurou um toque de recolher após registrar 12 mil novos casos diários nas últimas semanas. O Marrocos seguiu na mesma direção, ao fechar Tânger.

As Filipinas também confinaram 250 mil pessoas em Manila e Hong Kong impôs a partir desta segunda novas medidas para impedir novos surtos. Entre outras coisas, estão vetadas reuniões com mais de quatro pessoas e se tornou obrigatório o uso de máscaras nos transportes.

No campo econômico, o impacto dos confinamentos e a queda do petróleo continuam produzindo prognósticos sombrios: o Fundo Monetário Internacional degradou as previsões de crescimento no Oriente Médio ao seu menor nível em 50 anos.

As economias do Oriente Médio e do norte da África encolherão, em média, 5,7% este ano, com quedas de até 13% nos países em guerra.
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