SAÚDE

Bogotá quer construir hospitais através de parcerias público-privadas para desafogar sistema de saúde

Durante o 2º Fórum Internacional de Associações Público-privadas, realizado entre os dias 19 e 21 deste mês, o programa foi apresentado a possíveis investidores

Publicado em: 20/02/2018 20:31

Bogotá - A cidade de Bogotá, na Colômbia, está desenvolvendo um dos mais ambiciosos projetos de saúde da América Latina. Até 2022, o município pretende construir cinco unidades hospitalares para dar vazão ao sobrecarregado sistema de saúde local. Para isso, a aposta é nas parcerias publico-privadas. Durante o 2º Fórum Internacional de Associações Público-privadas, realizado entre os dias 19 e 21 deste mês, o programa foi apresentado a possíveis investidores.

A meta é aplicar 516 milhões de dólares para construção das unidades hospitalares. O programa prevê a criação de 1,2 mil leitos, dos quais 800 vão substituir unidades já existentes e 400 serão novos. Dentre os hospitais previstos, está um Instituto Materno Infantil. As licitações serão lançadas no segundo semestre de 2018 e incluem a construção, operação e manutenção das infraestruturas.

Durante o fórum, que reuniu 220 empresas, foram apresentados os planos de negócio, dados da economia local e parte dos estudos realizados, desde 2016, para sustentar o programa de saúde. “Dos hospitais que temos hoje na cidade, cerca de 80% não cumprem com os esquemas de segurança sísmica. E também já não atendem as necessidades da cidade de hoje nem as futuras”, explicou o gerente do projeto de APP da Secretaria de Saúde de Bogotá, Alfredo Rueda.

Entre as demandas que a capital colombiana pretende suprir, estão os crescentes atendimentos por doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e insuficiência renal. Para isso, foi desenvolvido um plano de prioridades para a construção dos hospitais. “Encontramos uma situação de pacientes jogados nos corredores, gente esperando de madrugada para conseguir fichas de atendimento. E mais de trinta obras que estavam paradas na cidade. Há 20 anos não se investe em infraestrutura hospitalar aqui”, afirmou o prefeito de Bogotá, Henrique Peñalosa.

A opção pelas parcerias público-privadas é baseada em experiências exitosas existentes no Brasil, Peru e Chile. O diferencial do programa em Bogotá é a estruturação de uma rede, que pretende otimizar as demandas e evitar a superlotação, pensada desde a concepção do projeto. A finalidade de cada um dos cinco hospitais foi planejada de acordo com estudos epidemiológicos, para suprir diferentes situações de saúde.

Segundo os criadores do programa, a escolha do modelo publico-privado tem a ver com a agilidade na entrega dos hospitais e na redução dos custos adicionais, quando comparados a projetos de obras públicas. “As empresas só serão pagas quando entregarem a unidade, e como precisam manter, temos uma salvaguarda de efetividade. O programa é sólido o suficiente para atrair investimentos de empresas confiáveis”, acrescentou Rueda. No futuro, o objetivo é replicar em outras cidades colombianas a mesma proposta e servir de modelo também para outros países da região.
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