Violência

''São seis famílias devastadas", diz cunhada de professor de dança assassinado em briga de trânsito

Em entrevista ao Diario, nesta quarta (8), Karen Soares falou sobre a morte de Marlon da Luz, confirmada pelo Hospital da Restauração (HR)

Publicado em: 08/05/2024 10:41 | Atualizado em: 08/05/2024 12:12

Marlon da Luz tinha 31 anos  (Foto: Arquivo)
Marlon da Luz tinha 31 anos (Foto: Arquivo)
"Não foi somente uma família devastada. Foram seis famílias devastadas. São cinco irmãos. É um momento muito delicado para todos nós”. 

Esse foi o desabafo de Karen Soares, de 32 anos, cunhada do professor de dança Marlon de Melo de Freitas da Luz, de 31 anos.
 
Ele morreu na manhã desta quarta-feira (8), após ficar quatro dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração (HR), na área Central do Recife. 

Marlon foi vítima de dois disparos de arma de fogo no sábado (4), após uma discussão de trânsito entre a vítima e um policial penal do Estado da Paraíba, identificado extraoficialmente somente como Cláudio José.

O homem atirou duas vezes contra Marlon, em via pública, na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos, em Olinda, no Grande Recife. 

A cunhada da vítima contou à reportagem do Diario de Pernambuco que a família soube da notícia do falecimento de Marlon ainda na madrugada desta quarta (8).
 
Afirmou, ainda, que a morte do professor de dança ‘devastou' as seis famílias da vítima, já que Marlon tem cinco irmãos. 
 
Inclusive, parte destes familiares estava presente, na manhã desta quarta, no HR, para acompanhar os procedimentos de liberação do corpo do professor de dança. 
 
A esposa dele, a vendedora Milena Torres, de 29 anos, preferiu não dar entrevista, já que está muito abalada com a morte do marido. O casal tem uma filha, Valentina, de 7 anos. 

Um dos melhores amigos de Marlon, o personal trainer Rafael Maranhão, usou as redes sociais para deixar uma mensagem de despedida ao amigo. 

“No nosso íntimo sabemos o quanto fomos importantes um para o outro, descansa guerreiro. Até breve. ‘Para quem tem fé a vida nunca tem fim’, a música que vc tanto gostava”, desabafou por meio do aplicativo Instagram. 

Por nota, a academia onde ele dava aulas falou sobre a morte. "É com imenso pesar que anunciamos o falecimento de Marlon de Melo, nosso querido professor de ginástica e uma fonte de alegria na MatchFit. Marlon foi um colaborador essencial, sempre trazendo luz e energia positiva para todos ao seu redor. Neste momento de tristeza, nossas condolências vão para sua família, amigos e todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo".
 
Nas redes sociais, a família deu início a uma campanha para arrecadar dinheiro.
 
A ideia é conseguir recursos para pagar custas procesuais, tratamento psicológico para a viúva e a filha, além de despesas do funeral.  

Como aconteceu

O caso aconteceu no último sábado (4), no momento em que Marlon retornava para casa, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, após dar aulas de dança em uma academia de ginástica no bairro de Jardim Brasil II, em Olinda. 

Segundo Milena, o autor dos disparos se apresentou no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, para prestar queixa contra a própria vítima. 

“Ele disparou duas vezes contra o meu marido e, em seguida, foi até o DHPP e prestou um Boletim de Ocorrência contra Marlon. Ele disse aos policiais que agiu em legítima defesa porque meu marido tentou assaltá-lo. E só descobrimos isso depois que a nossa família foi até o mesmo DHPP para registrar o caso. É inacreditável isso! Meu marido de vítima virou suspeito e nem pode se defender porque está lutando para sobreviver aqui no HR”, relatou Milena, esposa de Marlon, em entrevista ao Diario de Pernambuco na última segunda-feira (6). 

Família contesta versão do atirador

De acordo com Milena, a família de Marlon procura junto a um mercado, que fica próximo do local do crime, imagens do circuito interno de câmeras para comprovar a versão da família de que ele foi atingido pelos disparos após a discussão de trânsito. 

A esposa da vítima afirma que o policial penal mentiu ao registrar queixa no DHPP contra a vítima. 

“Estamos lutando para provar isso. A versão dada por ele (autor dos disparos) é uma mentira. Meu marido jamais ia roubar alguém. Ele foi vítima e está sendo tratado como criminoso. É um absurdo! Vamos lutar até o final para provar isso. Já temos inclusive testemunhas oculares que presenciaram tudo”, disse Milena ao Diario na última segunda-feira (6). 

A reportagem do DIario entrou em contato por telefone e e-mail com a assessoria de Imprensa do Governo do Estado da Paraíba para saber se a gestão estadual iria se pronunciar sobre o assunto.  Contudo, até a última atualização desta matéria, não houve respostas.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL