Depoimento
Recifense relata o dia de atentatos em Bruxelas
"Ninguém esperava que eles fossem ter coragem de fazer um atentado no coração de Bruxelas, que é o coração da Europa", disse o jornalista Fábio Jarderlino
Por: Patrícia Fonseca - Diario de Pernambuco
Publicado em: 22/03/2016 09:32 Atualizado em: 22/03/2016 10:59
Fábio Jaderlino estava em casa e resolveu sair às ruas para acompanhar a movimentação pós atentado. Foto: Reprodução/ Facebook |
Entre as milhares de pessoas impactadas, em Bruxelas, Bélgica, na manhã desta terça-feira pelos atentados terroristas registrados no Aeroporto Internacional e na Estação de metrô de Maelbeek, está o recifense Fábio Jaderlino, de 25 anos. O jornalista, que já morou na cidade em outras ocasiões, vive na capital da União Europeia desde julho do ano passado, onde faz mestrado. Em casa no momento da primeira explosão, registrada por volta das 8h (horário local), decidiu ir às ruas apesar dos riscos. "Eu saí porque gostaria de presenciar o que estava acontecendo e informar às pessoas. Tinha acabado de acordar e estava me preparando para sair quando aconteceu o segundo atentado e as coisas foram tomando essa proporção", conta, entre sons de sirenes de ambulâncias e viaturas policiais.
Segundo Jardelino, a cidade já estava em alerta e previa algum ato terrorista em resposta à prisão de Salah Abdeslam, apontado como um dos principais responsáveis pelos ataques em Paris e capturado em Bruxelas há poucos dias, após uma caçada de quatro meses. "Mas ninguém esperava que eles fossem ter coragem de fazer um atentado no coração de Bruxelas, que é o coração da Europa. Esse atetando foi surpreendente. Apesar da poulação já estar esperando algo do tipo, a gente nunca espera que aconteça com tantas mortes", reflete.
O jornalista dimensiona a intenção dos responsáveis pelo atentado na Bélgica de vitimar um número grande de pessoas. "O Aeroporto Internacional de Bruxelas, para se ter uma ideia, teve registrado no ano passado um fluxo de 234 milhões de pessoas. É um dos maiores da Europa. As explosões aconteceram no check-in da American Airlines (a empresa já negou a informação) num horário de fluxo muito grande de passageiros, deixando 11 mortos e 81 feridos (os números já subiram, acompanhe aqui)", analisa Fábio, acrescentando que nos arredores do aeroporto, um pouco mais tarde, uma arma foi encontrada.
Abalada pelo terror, a cidade continua parada, sem transporte público e com as pessoas orientadas a não deixar suas casas. "O exército e a polícia estão nas ruas. Há vários helicópteros sobrevoando a cidade. As universidades e escolas foram fechadas e funcionam apenas para guardar vários alunos que já haviam chegado e estão proibidos de sair, esperando a situação se resolver", adianta o recifense que priorizou o instinto jornalístico e ao qual agradecemos o relato.
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