| |
Macio e saboroso Steak tartare ainda sofre com desconfiança por parte dos recifenses. Fotos: Brenda Alcantara/Esp.DP/D.A Press |
Quando se fala em pratos crus, o primeiro pensamento da maioria é o sushi. Mas muitas receitas mundiais - francesas, árabes e italianas - utilizam carne vermelha em seu estado primário, como ingrediente principal.
Embora haja certa resistência da população, principalmente local, para consumir a proteína desta maneira, algumas receitas estão timidamente caindo no gosto dos recifenses. Um exemplo é o carpaccio, iguaria italiana feita de finas camadas de carne crua, temperada geralmente com sumo de limão, pimenta do reino e azeite e apresentada como petisco ou antepasto.
“As pessoas adoram o carpaccio. Elas aceitam porque a carne é muito fina e tem muito tempero”, comenta o chef Hugo Prouvot, do Prouvot Cozinha.Bar (no Pina) e do Prouvot Bistrô (Parnamirim. Para ele, esta só não é uma relação tão verdadeira por conta da forma como é servida no Recife. “O bom carpaccio é um pouco mais grosso”, explica.
Ao contrário do que pode parecer, o sabor da carne crua é muito suave, sendo sua textura macia e sem sangue, quase como os peixes no sashimi. Um exemplo que inicialmente pode encantar (ou assustar) é o steak tartare, que nada mais é do que o filé ou rosbife picados, condimentado e, na receita tradicional, feito com uma gema de ovo crua em cima. O prato no Prouvot custa R$ 36.
| |
Carpaccio é um dos poucos pratos que tem conquistado quem se arrisca pela carne crua |
Para o chef Nicola Sultanum, do restaurante Mingus (Boa Viagem), o segredo para um bom tartare está na forma como ele é manipulado. “O medo que as pessoas têm de comer é mais um preconceito mesmo, por conta da aparência da carne quando crua, mas o que pode acontecer de errado é a pessoa não manipular de forma correta”, explica. “A carne deve ser fresca, estar na temperatura certa, bem conservada e servida no tempo certo”, diz.
Para acompanhar a dica do chef Hugo para o steak tartare é simples: “O ideal e que a carne tenha pouca gordura e seja pouco temperada. Apenas sal, pimenta, azeite trufado, uma torrada e batata frita”. Apesar de ser um prato muito popular na França, o nome vem de tártaros, povo nômade da Ásia Central que se alimentava de carne crua.
Outro que também está sendo bem aceito, principalmente como petisco, é o quibe cru. Considerado o prato nacional na Síria, no Iraque e no Líbano, surpreende pelo sabor e é ideal para ser servido junto com uma boa coalhada. No Recife, ele é um dos mais pedidos no restaurante O Libanês, inaugurado há cerca de dois meses em Boa Viagem.
| |
Prato típico árabe ganha uma versão contemporânea nas mãos do chef Hugo Prouvot |
+AcompanhamentosAs dicas do Chef Hugo Prouvot para acompanhamentos são:
Quibe cru – Tabule, vinagrete ou coalhada;
Steak tartare – fritas e torradas;
Carpaccio – saladas e molho pesto
+Curiosidades
> A carne deve ficar até no máximo três dias na geladeira para ser servida crua. Se conservada a vácuo pode durar até 30 dias.
> No Líbano, o quibe cru servido num dia é cozido para ser servido no dia seguinte.
> O carpaccio foi inventado para alimentar a condessa italiana Amalia Nani Mocenigo, em 1950, quando ela informou ao dono do restaurante Harry's Bar, em Veneza, que seu médico indicara o consumo de carne crua.
> O chefe Erick Jacquin, jurado do MasterChef Brasil, foi o responsável por popularizar o steak tartare no Brasil.
SERVIÇOProuvot Cozinha.Bar
Onde: Avenida Herculano Bandeira, 287, Pina
Informações: 3031-3221
Prouvot Bistrô
Onde: Rua Albino Meira, 58, Parnamirim
Informações: 3032-3627
O Libanês
Onde: Avenida Conselheiro Aguiar, 2677, Boa Viagem
Informações: 3034-7694