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Dólar acelera novamente nesta quarta-feira (9) e atinge R$ 6,09

Movimento ocorre após nova retaliação da China, que impôs tarifa de 84% sobre produtos norte-americanos

Publicado em: 09/04/2025 14:57

O valor do câmbio atingiu R$ 6,09 na máxima durante a manhã desta quarta e às 12h, pelo horário de Brasília (Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)
O valor do câmbio atingiu R$ 6,09 na máxima durante a manhã desta quarta e às 12h, pelo horário de Brasília (Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar voltou a abrir em alta ante o real nesta quarta-feira (9/4), após o governo chinês impor novas tarifas de 50% sobre os produtos norte-americanos, em resposta à cobrança adicional no mesmo percentual pelo governo do presidente Donald Trump às exportações chinesas. Com as duas taxas adicionais, a tarifa aplicada pela China sobe para 84%, enquanto que a dos Estados Unidos alcançou 104%

Desta maneira, o valor do câmbio atingiu R$ 6,09 na máxima durante a manhã desta quarta e às 12h, pelo horário de Brasília, operava aos R$ 6,05, com 0,98% de valorização. O movimento vai na direção contrária ao Índice DXY, que mede a força do dólar ante as principais moedas do mundo, e registrava queda de 0,65% por volta do mesmo horário.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,46% e ficou próximo dos R$ 6. O dia foi marcado novamente pelo conflito entre China e Estados Unidos no campo tarifário. Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, a sucessão de retaliações elevam ainda mais o risco de recessão global. Além disso, a fuga de capital para o dólar deve acelerar ainda mais a valorização da moeda, o que gera pressões inflacionárias no Brasil.

“O Banco Central terá dificuldade em reduzir os juros, o que encarece o crédito e afeta o consumo. A renda variável perde atratividade, e o investidor busca proteção. Apesar do cenário adverso, há espaço para o agronegócio brasileiro ganhar mercado com a China procurando novos parceiros. O Brasil pode ser um dos poucos beneficiários, se agir com inteligência”, avalia Lima.

Na avaliação do CEO do Grupo X, Jorge Kotz, com o avanço das tarifas recíprocas, o mundo entra numa nova fase de tensão econômica. “O reflexo imediato é a valorização do dólar, que encarece insumos, dificulta importações e trava o crescimento. Para empresas brasileiras que dependem do mercado externo, o momento é delicado. Mas para exportadoras, a alta do dólar pode ser uma alavanca. É um jogo de risco, que exige preparo e visão estratégica", considera o executivo.
 
As informações são do Correio Braziliense. 

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