![Empresas podem acessar crédito para projetos de revitalização (Prefeitura do Recife/Divulgação) Empresas podem acessar crédito para projetos de revitalização (Prefeitura do Recife/Divulgação)]() |
Empresas podem acessar crédito para projetos de revitalização (Prefeitura do Recife/Divulgação) |
A nova linha de crédito voltada à revitalização de centros históricos na área de atuação da Sudene e do Banco do Nordeste (BNB) já está disponível para os empreendedores que pretendem investir em recuperação, revitalização e retrofit de imóveis localizados nessas áreas.
Segundo informações da instituição, a linha FNE Retrofit está disponível a todos os empreendedores que tenham atividade produtiva e queiram se instalar nos centros históricos urbanos. Sem teto de crédito, os financiamentos nessa modalidade contam com 12 anos para pagamento, com quatro anos de carência. Para acessar o financiamento é preciso apresentar o projeto ao Banco do Nordeste para avaliação pela equipe técnica do banco.
Na última segunda-feira (24), o BNB e a Sudene receberam os primeiros candidatos a acessar o FNE Retrofit, um grupo de empresários da Rua da Imperatriz, que num passado não muito distante já foi um dos principais corredores do comércio do Recife. Os comerciantes apresentaram à Sudene, Banco do Nordeste e Prefeitura do Recife as demandas do setor, como intervenções na infraestrutura, segurança e reestruturação financeira de impostos referentes à propriedade dos imóveis.
![Hugo Queiroz, superintente do Banco do Nordeste em Pernambuco (Marina Torres/DP) Hugo Queiroz, superintente do Banco do Nordeste em Pernambuco (Marina Torres/DP)]() |
Hugo Queiroz, superintente do Banco do Nordeste em Pernambuco (Marina Torres/DP) |
Em visita ao Diario de Pernambuco, onde foi recebido pelo vice-presidente do jornal, Diogo Vital, e pela diretora de Jornalismo, Paula Losada, o superintendente do Banco do Nordeste em Pernambuco, Hugo Queiroz, detalhou o funcionamento dessa linha de crédito, que está alinhada à diversificação dos financiamentos para atender o setor produtivo, como as linhas voltadas à Inovação, Startups e Turismo.
“Partimos do diálogo com os setores para definir essas linhas, porque ter R$ 7 bilhões pode ser muito ou pode ser nada se a gente não souber as demandas do setor. Por isso estamos sempre ouvindo o Sistema S, Fecomércio, Fiepe e Sebrae”, explicou.
No ano passado, o Banco do Nordeste aplicou R$ 7 bilhões em Pernambuco e a expectativa para este ano é de R$ 8 bilhões. “Em 2025 teremos mais recursos do FNE, aqui para Pernambuco serão R$ 5,6 bilhões do FNE e R$ 2,4 bilhões de outras fontes. Dos recursos do FNE, eu preciso aplicar 58% em empreendimentos tidos como prioritários, que são as empresas que faturam até R$ 16 milhões por ano. Os 42% restantes é que podemos destinar aos projetos maiores”, detalha Queiroz.
![Crediamigo e Agroamigo somaram R$ 2 bilhões em crédito no ano passado (Banco do Nordeste/Divulgação) Crediamigo e Agroamigo somaram R$ 2 bilhões em crédito no ano passado (Banco do Nordeste/Divulgação)]() |
Crediamigo e Agroamigo somaram R$ 2 bilhões em crédito no ano passado (Banco do Nordeste/Divulgação) |
MICROCRÉDITO
Consolidado como maior programa de microcrédito da América Latina, o Crediamigo é, para Hugo Queiroz, a cereja do bolo do Banco do Nordeste. “É o maior programa de microcrédito da América Latina e isso atuando apenas no Nordeste”, destaca o superintendente do BNB.
Dos R$ 7 bilhões do orçamento do banco no ano passado, R$ 900 milhões foram destinados ao Crediamigo e outros R$ 1 bilhão ao Agroamigo, que segundo o executivo é o Crediamigo do campo. Somando microcrédito urbano e microcrédito rural são cerca de R$ 2 bilhões para quem não tem acesso ao crédito.
“O programa é voltado para quem o mercado não enxerga, para a pessoa que ficou desempregada e precisou de R$ 100 para comprar uma caixa de isopor e refrigerante para vender no carnaval, para aquele comerciante que precisa de R$ 500 para comprar um freezer, para aquele que pega R$ 500 e faz R$ 1.000… é um público que não interessa aos bancos de varejo”, explica Queiroz.
O superintendente do Banco do Nordeste destaca ainda a alta incidência das mulheres na tomada desse crédito. “Cerca de 60% dos clientes do Crediamigo são mulheres, porque a maioria das famílias são chefiadas por mulheres, né?. E é uma modalidade de crédito com baixíssima inadimplência, na casa de 4%”, relata.
Hugo Queiroz conta que a ideia do programa não é que aquele cliente do Crediamigo não fique no microcrédito pra sempre. “A lógica é introduzir o empreendedor dentro de um sistema. A ideia é fazer com que ele cresça ao ponto de chegar num momento que ele vai ver que a atividade dele prosperou e que ele tem que abrir o seu CNPJ, de forma natural. O microcrédito é a porta de entrada dele no sistema convencional, coisa que o mercado não dá acesso”, compara.
![Mil comerciantes de Olinda contarão com recursos do BNB (Franccisco Silva/DP) Mil comerciantes de Olinda contarão com recursos do BNB (Franccisco Silva/DP)]() |
Mil comerciantes de Olinda contarão com recursos do BNB (Franccisco Silva/DP) |
CARNAVAL
Pelo segundo ano, o Banco do Nordeste está ofertando crédito para os comerciantes informais. Serão contemplados cerca de 1.000 trabalhadores informais do carnaval de Olinda. Podem acessar o empréstimo microempreendedores com ou sem empresa formal e os valores concedidos vão de R$ 200 a R$ 21 mil, de acordo com o perfil de cada um.
“Fizemos isso no ano passado e agora estamos repetindo a dose. Mas esse trabalho começou em dezembro, porque é preciso comprar o material antes. Então a gente fez uma preparação em dezembro, mapeou os empreendedores, reuniu esse pessoal, deu consultoria, emprestou e fez o acompanhamento e foi um sucesso no ano passado e agora a gente ampliou”, detalhou Queiroz.
Em um volume menor, o Banco do Nordeste desenvolveu o mesmo trabalho no São João de Caruaru. “A ideia é fomentar isso. É pegar o que tá acontecendo no estado e chegar junto. Isso ajuda muito e todo mundo ganha. Quando a gente mantém uma estrutura como essa, os comerciantes vão mais estruturados para para os eventos, então ganha o poder público, ganha o ambulante e ganha o banco.”