Volume de vendas do varejo pernambucano recuou 0,6% em maio

Na contramão do resultado nacional, que obteve o quinto crescimento positivo do ano, com registro de 1,2% em maio, o volume de vendas do comércio varejista de Pernambuco recuou 0,6% durante o mês. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo diante do resultado negativo, no acumulado do ano a atividade do comércio segue em alta de 5,1%.

 

Segundo o economista da Fecomércio Pernambuco, Rafael Lima, alguns fatores econômicos e comportamentais dos consumidores podem explicar a queda de -0,6% no período. "Percebemos um movimento bom em supermercados, em móveis e eletrodomésticos, mas principalmente de livros, jornais, revistas e papelarias, com um avanço de 36%, mas também tiveram os outros setores que puxaram esse resultado para baixo, que foram tecidos e vestuários e calçados. O que não é muito comum nesse mês de maio, ter um recuo tão forte, lembrando que o mês de maio é um setor que movimenta muito esse setor específico, por conta da sazonalidade, por exemplo o dia das mães, o que não foi o que aconteceu nesse nesse ano comparado ao ano passado", explica. 

 

Ainda de acordo com o economista, o alto nível de desemprego em Pernambuco continua sendo uma preocupação significativa, pois é um fator que aumenta a incerteza econômica e pode ter levado as famílias a priorizarem outros gastos ao invés do consumo. "Além disso, temos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que desde de janeiro revela uma queda no Índice de Confiança do Empresário do Comércio em Recife e um arrefecimento nos investimentos devido à confiança na Economia. Enquanto isso, o Índice de Consumo das Famílias aponta para a estabilidade do consumo desde o início do ano", ressalta. 

 

Na comparação com maio de 2023, foi registrado o crescimento de 4,0% no volume de vendas do varejo pernambucano. Dos grupos de atividades pesquisados, oito apresentaram crescimento no período, com destaque para Livros, jornais, revistas e papelarias (36,3%), Eletrodomésticos (14,5%), Móveis e Eletrodomésticos (13,6%), Móveis (11,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos de perfumaria e cosméticos (9,9%), Hipermercados e supermercados (6,5%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo (6,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,7%). 

 

Foram observadas quedas nos itens: Tecidos, vestuário e calçados (-7,5%), Combustíveis e lubrificantes (-6,5%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-2,9%).

 

 

Já no comércio varejista ampliado, que engloba o comércio de veículos, motos, partes e peças, materiais de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve decréscimo de (-0,9%), com destaque para a atividade de veículos, motos, partes e peças, com alta de 27,9%.