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No Recife, inadimplência recua e atinge menor número em 21 meses

Segundo a Fecomércio PE, a capital do estado ainda possui 425.477 famílias endividadas

Publicado: 26/06/2024 às 14:26

Aqueles com dívidas em atraso representam 29,1% dos entrevistados, o que soma um total de 153.133 famílias inadimplentes/Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Aqueles com dívidas em atraso representam 29,1% dos entrevistados, o que soma um total de 153.133 famílias inadimplentes/Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O número de endividados no Recife manteve-se em 81%, no mês de maio, um valor bem próximo ao registrado no país, que é de 78,8%. Esses dados foram revelados recentemente pelo recorte local feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) sobre a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela CNC. 


Segundo as informações levantadas pela Fecomércio-PE, ainda há 425.477 famílias endividadas na capital pernambucana. Aqueles com dívidas em atraso já representam 29,1% dos entrevistados, o que soma um total de 153.133 famílias inadimplentes.

 

O recuo da inadimplência é uma boa notícia, pois responde aos incentivos para saldar as dívidas da população e torna a liberar crédito aos consumidores.

 

De acordo com a Peic/CNC, o principal tipo de endividamento é aquele contraído junto ao cartão de crédito (93,6% dos endividados), sendo considerada a disponibilidade de um valor pré-aprovado para rápida efetuação de compras. Além disso, a ampla aceitabilidade dos cartões de crédito institui uma tendência de maior uso entre os consumidores, notadamente para gastos de maior valor.

 

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o fato de que mais pessoas estão endividadas, mas com queda do uso do cheque especial e estabilidade na inadimplência, é um bom sinal. “O avanço no mercado de trabalho, apontado na última Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela uma maior parcela da população assalariada e, assim, com mais condições de arcar com seus pagamentos”, afirma Tadros. Segundo ele, projeções da CNC mostram que o aumento do endividamento deve continuar, enquanto a inadimplência tende a se manter estável e aumentar mais perto do fim do ano.

 

“A estabilidade no número de famílias endividadas em Recife em maio esconde um dado alarmante: 29,1% das dívidas estão em atraso, refletindo uma inadimplência. Com o desemprego em alta relevado pelo IBGE, é possível que existam reflexos danosos no índice de inadimplência. Muitos consumidores evitarão contrair novas dívidas, mas a incapacidade de pagar as já existentes persiste”, destaca o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima.

 

A metodologia específica para Recife-PE conta com um nível de confiança de 95% e um tamanho mínimo da amostra de 17.800 famílias, garantindo que 95% dos intervalos de confiança estimados.

 

A coleta de informações na capital  permite um acompanhamento mais próximo das particularidades econômicas e sociais da cidade. Essa abordagem assegura que as conclusões obtidas sejam mais representativas e relevantes para a população local, evitando generalizações que poderiam comprometer a precisão das análises. 

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