Energia

Em Araripina, Copergás apresenta impactos do fornecimento de gás natural no Polo Gesseiro do Estado

Modelo foi anunciado em fevereiro pelo governo do Estado e está em fase de implantação do projeto piloto

Publicado em: 15/05/2024 14:56

A Copergás vai construir uma rede local para distribuição do gás natural às indústrias, com cerca de 9,2 km (Foto: Divulgação)
A Copergás vai construir uma rede local para distribuição do gás natural às indústrias, com cerca de 9,2 km (Foto: Divulgação)
O diretor-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Felipe Valença, apresentou, em Araripina, na última terça-feira (14), o projeto de transição energética das indústrias do setor na região, convertendo o uso da biomassa para o gás natural. A apresentação foi realizada durante o Finep Day, evento que tem como intuito apresentar linhas de financiamento e programas de investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).  

O projeto de transição energética para o polo gesseiro foi anunciado, no início de fevereiro, pela governadora Raquel Lyra, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Guilherme Cavalcanti, e pelo presidente da Copergás, Felipe Valença. No Finep Day, Felipe Valença destacou a importância do projeto para a região, destacando as questões econômicas e ambientais.
 
“Com a transição energética, o polo gesseiro do Araripe terá uma redução do impacto ambiental em virtude da queima de lenha, protegendo bioma da Caatinga. Além disso, a combustão do gás natural é sustentável, gerando ganho de eficiência e reduzindo possíveis perdas com combustão para as indústrias”, afirmou Felipe Valença. 
 
O gás natural que será fornecido para o polo gesseiro será mais competitivo, pois o governo do Estado zerou o ICMS do gás que será vendido para as indústrias, tendo o menor custo de Pernambuco e do Brasil. A região possui capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia. O que equivale a 20% do volume distribuído hoje pela Copergás e superior a outras distribuidoras de gás natural.
 
A Copergás vai construir uma rede local para distribuição do gás natural às indústrias, com cerca de 9,2 km. Serão construídas duas unidades de regaseificação: uma em Araripina e outra em Trindade. Com isso, o GNL (gás natural liquefeito) será transportado de caminhão em seu estado líquido e regaseificado nos terminais. Esse modelo é utilizado em diversos locais do mundo que usam o GNL como matriz energética. A equipe da Copergás realizou visitas técnicas nos locais onde as unidades serão implantadas.  
 
No processo de transição energética, as indústrias precisam fazer uma adaptação na sua infraestrutura interna e, em seguida, adquirirem o maquinário. A Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) está desenvolvendo uma linha de crédito específica para o setor gesseiro. “Vamos reunir as empresas que apresentaram cartas de intenção para realizar a mudança e escalerecer todas as dúvidas. O modelo será semelhante ao aplicado com o projeto piloto. Esse trabalho é desenvolvido em parceria com a Finep, buscando as melhores soluções para os empresários”, explica a diretora-presidente da AGE, Angella Mochel.
 
O evento também aborda uma apresentação sobre linhas de financiamento para crédito e programas de investimento da Finep. A Finep está disponibilizando mais de R$ 500 milhões para projetos em diversas áreas, como energias renováveis, biotecnologia, cadeias agroindustriais renováveis, mobilidade urbana, resíduos, saneamento e moradia, tecnologias digitais, semicondutores e aviação sustentável.

“Neste período em que se está chegando o gás natural para as indústrias, a Finep tem como ajudar a financiar, com taxas competitivas, essa transição energética. Abre-se uma oportunidade de fazer parcerias com os municípios, com a Copergás, com as universidades e com as indústrias locais para ajudar a implantar a transição energética de forma mais rápida”, ressalta Ossi Ferreira, gerente do Departamento Regional Nordeste da FINEP.

Segundo o diretor de inovação e tecnologia do SENAI- PE, Oziel Alves, o Finep Day chega à região do Araripe para fomentar a competitividade e a inovação nas empresas. “O evento tem o objetivo de estabelecer uma ponte entre os recursos oferecidos pela Finep e os empreendedores que desejam investir em seus negócios, visando melhorar seus processos produtivos, ampliar ganhos e reduzir custos”, pontua.

O evento foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão) e a FIEPE. Foram apresentadas as chamadas públicas da Finep Mais Inovação, para empresas em parceria com Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) nas áreas de Energias Renováveis, Bioeconomia, Cadeias Agroindustriais Renováveis, Mobilidade Urbana, Resíduos, Saneamento e Moradia, Tecnologias Digitais, Semicondutores e Aviação Sustentável.

O projeto 
 
Com investimento inicial na ordem de  R$ 6 milhões, a Copergás passará a abastecer o Polo Gesseiro do Araripe, proporcionando sustentabilidade à produção. As empresas dos seis municípios que compõem o Polo usam a biomassa, principalmente a lenha, matriz energética escassa e que atualmente promove o desmatamento da Caatinga. Com a adoção do gás natural, a indústria local será mais sustentável ambientalmente, com uma combustão mais limpa.
 
A expectativa da Copergás é que ao menos 50 empresas adaptem sua queima energética para o gás natural, o que representa R$ 20 milhões na economia por ano, apenas nessas empresas. A região tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia. Isso equivale a 20% do volume distribuído hoje pela companhia e superior a outras distribuidoras de gás natural. 
 
O Polo Gesseiro do Araripe é responsável por 97% de todo o gesso produzido no Brasil e a gipsita (matéria-prima do gesso) encontrada nos municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Santa Filomena e Trindade, é considerada de alta qualidade, com a pureza do minério variando entre 88% e 98%.
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