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LEVANTAMENTO

Apenas uma em cada cinco empresas pernambucanas chegam aos dez anos, diz IBGE

Publicado em: 22/10/2021 18:12

 (Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil)
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Nesta sexta-feira (22), foi divulgado pelo IBGE a Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo referente ao ano de 2019. Segundo o levantamento, o número de unidades locais (filiais de empresas) ativas aumentou 4,6% em Pernambuco em relação a 2018, chegando a 125.443 mil estabelecimentos no período. É o maior número desde 2013, quando havia 131,5 mil companhias em atividade. Por outro lado, o estudo também demonstrou que apenas uma em cada cinco unidades locais nascidas em 2009 conseguiram completar dez anos de existência em 2019.

A pesquisa, que utiliza o Cadastro Central de Empresas (Cempre) como base de dados, sofreu uma alteração em sua metodologia e passou a incorporar também os números fornecidos pelas empresas ao eSocial, que substitui gradativamente a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Isso pode explicar parte da alta no número de empresas ativas. São consideradas somente as entidades empresariais, excluindo os microempreendedores individuais (MEIs), órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos e as organizações internacionais que atuam no país.

Entre as mais de 125 mil unidades locais (ULs) ativas em 2019, 98.649 mil foram fundadas em anos anteriores, o que representa uma taxa de sobrevivência de 78,6%. A pesquisa também mostra que 26.794 estabelecimentos entraram no mercado em 2019, sendo 21.102 nascimentos e 5.692 reativações, totalizando uma taxa de entrada de 21,4%. No total, 21.301 mil unidades locais saíram do mercado, com taxa de saída de 17%. 

Ainda de acordo com o estudo, apenas 20% das unidades locais de empresas nascidas em 2009 conseguiram completar dez anos de existência em 2019. Esse percentual está abaixo da média brasileira (22,9%) e da média do Nordeste (20,9%). Também é o terceiro menor percentual regional, atrás somente do Ceará (19,2%) e do Maranhão (18,3%).

Em quatro das vinte atividades econômicas consideradas pelo levantamento, a taxa de saída das unidades locais foi maior do que a taxa de entrada, ou seja, mais estabelecimentos fecharam do que abriram. O setor de outras atividades de serviços teve a maior diferença, com taxa de entrada de 19,5% e taxa de saída de 25,1%. Isso significa que, proporcionalmente, esse foi o segmento que mais perdeu ULs entre 2018 e 2019. 

No alojamento e alimentação, a taxa de entrada foi de 20,2%, enquanto a taxa de saída foi de 21,6%. No comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, a taxa de entrada foi de 18,1%, versus 19,1% de taxa de saída. Nas indústrias de transformação, a diferença foi menos intensa: 16,8% de taxa de entrada e 17,5% de taxa de saída. Essas três últimas atividades econômicas são as que mais concentram unidades locais e trabalhadores assalariados. O comércio, sozinho, compõe 45% de todas as ULs de Pernambuco. 

De acordo com a Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, as unidades locais ativas em Pernambuco empregavam pouco mais de 1 milhão de pessoas assalariadas, e esse número se manteve estável entre 2018 e 2019. As empresas sobreviventes, com ao menos um ano de atuação, absorveram 95,2% desses trabalhadores. O comércio é o setor que mais emprega no estado, com 288,6 mil postos de trabalho ou 27,4% do total; em segundo lugar, vem a indústria, com 189,4 mil vagas (18% do total) e, na sequência, as atividades administrativas e serviços complementares, com 143,4 mil vagas (13,6% do total).

O salário médio pago aos trabalhadores dos estabelecimentos ativos é R$ 1.903 por mês, o segundo maior valor de todo o Nordeste, atrás apenas da Bahia. As empresas sobreviventes pagam ligeiramente mais: R$ 1.922. No entanto, se for considerado o salário médio pago apenas pelas empresas que entraram no mercado em 2019, o montante é bem menor: R$ 1.289, o quinto pior montante da região. No total, as unidades locais pernambucanas pagam R$ 25,9 bilhões em salários e outras remunerações, sendo R$ 6 bilhões no comércio e R$ 5 bilhões na indústria.

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