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IPCA

Inflação avança 1,6% no Grande Recife em dezembro; maior percentual do ano

Publicado em: 12/01/2021 15:02 | Atualizado em: 12/01/2021 15:17

A área de alimentos e bebidas deixou de ter a maior inflação entre os grupos pesquisados. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A área de alimentos e bebidas deixou de ter a maior inflação entre os grupos pesquisados. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil )
A Região Metropolitana do Recife (RMR) encerrou 2020 com a maior inflação de todo o ano. Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,6%, quase o dobro do segundo maior índice registrado no ano passado: 0,82% no mês de outubro. Essa também foi a quarta maior porcentagem para o mês de dezembro entre as 16 localidades pesquisadas, atrás apenas de São Luís (2,18%), Porto Alegre (1,85%) e Rio de Janeiro (1,62%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Grande Recife também teve IPCA superior à média nacional, que registrou 1,35%, a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). Na RMR, o resultado de dezembro apresentou a maior variação mensal desde fevereiro de 2015.

O avanço dos preços ao longo do ano passado também pode ser percebido a partir da inflação acumulada de janeiro a dezembro. O IPCA de 2020 foi de 5,66% na Região Metropolitana do Recife, contra 3,71% em 2019. A porcentagem registrada na RMR foi a quinta maior do país, superada apenas por Campo Grande (6,85%), Rio Branco (6,15%), Fortaleza (5,74%) e São Luís (5,71%). No Brasil, o acumulado do ano foi de 4,52%.

Habitação

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA entre 28 de novembro e 29 de dezembro, houve elevação nos preços em oito deles, enquanto o segmento de Educação registrou queda de -0,01%, próxima à estabilidade. No último mês de 2020, o maior reajuste ocorreu no setor de Habitação, cuja alta foi de 3,70%, a maior do ano. Em seguida, está Transportes, cuja alta foi de 2,4%, puxada pelo aumento de 44,19% das passagens aéreas, o maior entre as cidades e regiões metropolitanas pesquisadas.

A área de Alimentos e bebidas deixou de ter a maior inflação entre os grupos pesquisados em novembro de 2020 para ocupar o terceiro lugar em dezembro, com avanço de 1,67%. Esse é o setor com maior índice no acumulado do ano, de 13,66%. Os outros segmentos que apresentaram alta foram os de Vestuário (1,28%), Artigos de residência (0,84%), que incluem móveis, utensílios domésticos, aparelhos eletrônicos e serviços de conserto/manutenção, Saúde e cuidados pessoais (0,71%), Despesas pessoais (0,32%) e Comunicação (0,22%).

Na inflação de dezembro, a maior variação de preço ficou por conta da passagem aérea, e, em segundo lugar, está o transporte por aplicativo, cujo reajuste foi de 19,5%. A alface (13,23%), o melão (11,56%) e a maçã (10,42%) completam a lista dos cinco produtos e serviços com maior reajuste. 

Já no acumulado do ano, a mercadoria que mais aumentou de preço foi o óleo de soja. O item mais que dobrou de preço entre janeiro e dezembro de 2020, registrando aumento de 104,40%. O arroz vem em seguida, com alta de 70,12%. O tomate, cujo avanço no preço foi de 62,66%, está em terceiro lugar.

Por outro lado, a maior queda de preço em dezembro ficou por conta da reforma de estofados, que passou a custar -10,10% a menos em relação a novembro. Dois alimentos vêm na sequência: o fígado (-7,28%) e o alho (-6,64%). A macaxeira (-5,3%) e o seguro de veículo (-5,11%) estão em quarto e quinto lugar no ranking dos produtos e serviços com maior queda de preços no último mês de 2020.

No ano passado como um todo, a mercadoria que mais baixou de preço foi a mochila, com queda de -14,76%, seguida pelos remédios anti-infecciosos e antibióticos, com diminuição de -14,18% nos preços. Na terceira posição, está o seguro voluntário de veículo, que passou a custar -13,74% a menos.

Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de dezembro subiu 1,35%, 0,46 ponto percentual (p. p.) acima dos 0,89% de novembro. No ano, o IPCA acumula alta de 4,52%, 0,21 p. p. acima dos 4,31% registrados em 2019. Essa é a maior taxa acumulada no ano desde dezembro de 2016 (6,29%).

O grupo Habitação teve a maior variação (2,88%) no mês. A segunda maior contribuição veio de Alimentação e bebidas, com alta de 1,74%. Na sequência, vieram os Transportes cuja variação de 1,36% ficou próxima à do mês anterior (1,33%). Os demais grupos ficaram entre o 0,39% de Comunicação e o 1,76% de Artigos de residência.

Alimentação e Bebidas apresentou a maior variação (14,09%) entre os grupos sobre o IPCA acumulado do ano, encerrando 2020 com a maior variação acumulada no ano desde dezembro de 2002 (19,47%).

Cálculo

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de novembro e 29 de dezembro de 2020 (referência) com os vigentes entre 28 de outubro e 27 de novembro de 2020 (base).

Por causa da pandemia da Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

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