Economia
RETRATAÇÃO
Fundadora do Nubank pede desculpas por dizer ser difícil contratar negros
Publicado: 21/10/2020 às 15:08

Cristina Junqueira é fundadora do Nubank (Foto: Reprodução/TV Cultura)
Após a repercussão negativa da sua fala em entrevista ao Roda Viva na última segunda-feira (19), a fundadora do Nubank, Cristina Junqueira, publicou vídeo pedindo desculpas sobre a declaração, apontada nas redes sociais como racista. Na ocasião, a executiva afirmou que a empresa não pode "nivelar por baixo" a contratação de pessoas negras para cargos de liderança.
"Ontem, eu estive no Roda Viva (...) Teve um trechinho do que eu falei lá que infelizmente não repercutiu tão bem. E eu queria dizer que falar de diversidade racial, gente, não é fácil", disse Junqueira.
"Queria pedir desculpas. Acho que não me expressei da melhor maneira. É super importante a gente ter uma comunicação clara. Queria agredecer todo o feedback que está vindo, a repercussão que isso está tendo porque todo mundo tem o que aprender", afirmou.
Durante a entrevista para o programa da TV Cultura, a empresária afirmou que o Nubank tem uma baixa representatividade racial. Ao ser questionada se se as exigências da companhia na hora da contratação não estariam travando essa maior representatividade, Junqueira respondeu que a fintech investe em formação para não nivelar por baixo. %u200B
"Não dá para também nivelarmos por baixo. Por isso que queremos fazer investimento em formação. Criamos um programa gratuito, que chama diversidados, que vamos ensinar ciência de dados para pessoas que querem entrar nisso, e nós vamos capacitar essas pessoas", disse.
"Não adianta colocarmos alguém para dentro [da empresa] que depois não vai ter condição de trabalhar com as equipes que temos, de se desenvolver, de avançar na sua carreira, depois não vai ser bem avaliado. Daí não estamos resolvendo um problema, estamos criando outro", acrescentou.
A declaração da empresária gerou críticas de representantes de movimentos e outros empreendedores negros.
"Quando não se reconhece que existe uma dívida histórica com grupos minorizados, a 'justificativa' é sempre a mesma: 'eles não chegam', 'não estão preparados', 'nivelar para baixo'", disse Maitê Lourenço, fundadora e presidente da BlackRocks Startups.
"A desculpa de que não se encontra ou não tem como suprir exigências com os candidatos negros é no mínimo reducionista pautada na ineficiência do processo de procura destes profissionais", afirmou Nina Silva, presidente do movimento Black Money.
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