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Vendas do varejo pernambucano aumentam 9,9% no mês de maio

Publicado em: 09/07/2020 07:00

A atividade de hipermercados e supermercados teve alta de 12,9% entre maio de 2019 e maio de 2020.
No dia 29 de maio, cinco cidades pernambucanas saíam de um período de 15 dias de lockdown e passaram a se submeter às mesmas regras de isolamento das demais cidades. Mesmo tendo sido um mês com boa parte de portas fechadas para compras presenciais, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE atesta que o comércio varejista pernambucano teve alta de 9,9% nas vendas neste período, quando comparadas as de abril, na série com ajuste sazonal. É a segunda maior alta em comparação a um mês anterior desde o início da série histórica iniciada em janeiro de 2001, atrás apenas da variação positiva de 10% computada em fevereiro de 2005. Em abril, o índice havia recuado -16,7% em relação a março (-8,8%), maior queda em quase 20 anos. 

De acordo com a gerente de planejamento e gestão do IBGE, Fernanda Estelita, é preciso lembrar que a queda de abril foi muito grande em relação a março (praticamente o dobro) sendo, portanto, uma base muito baixa. “Assim, em maio, um aumento de 9,9% em relação a uma queda de 16,6% nem chega a compensar o decréscimo. Então, não temos o que comemorar pois embora o número de maio seja ruim, representa crescimento apenas porque o do período anterior foi péssimo”, afirma.

O que cresceu então, durante maio em Pernambuco? “Hipermercados, supermercados e setor de eletrodomésticos. Resumindo, coisas que as pessoas precisavam para estar em casa”, explica Fernanda. Ela acredita que os indicadores de junho, a partir do início da reabertura das atividades econômicas, devam ter um aumento ainda maior.  “Possivelmente até mais do que 9,9%, afinal, houve a reabertura dos shoppings que respondem por uma grande demanda reprimida”, explica.
 
No mês de maio, os dados de Pernambuco tiveram uma alta menor do que a verificada a nível nacional (13,9%). Quando se trata da variação entre maio deste ano e o mesmo mês de 2019, a diferença entre o estado e o Brasil é de 9,1 pontos percentuais, mostrando que Pernambuco teve uma oscilação para baixo maior do que a observada no país como um todo. “Acredito que, da mesma forma que o lockdown impulsionou a venda em alguns setores, é preciso considerar que foi um período em que durante a metade do mês boa parte do comércio estava fechada. A gente vem de uma queda muito mais brusca. Basta olhar abril para ver o quanto, então, não tivemos fôlego, ainda, para nos recuperar. Por isso, não foi possível alcançar a média do país”, explica.  Os destaques brasileiros de maio são para Rondônia (21,8%), Paraná (20%) e Goiás (19,4%). 

Comércio varejista ampliado apresenta maior recuperação

Comércio varejista ampliado é o que inclui veículos, motos, partes e peças de material de construção, por exemplo. Neste segmento, o volume de vendas teve aumento de 14,6% no comparativo de maio com abril. Das 13 atividades que o englobam, a variação positiva ocorreu em quatro delas, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O setor de móveis e eletrodomésticos registrou aumento nas vendas de 29%, desempenho puxado pelo resultado positivo de 45,5% na comercialização de eletrodomésticos. Números que compensaram, inclusive, a queda de -15,2% no índice de venda de móveis no período.

 A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, por sua vez, teve alta de 7,3% entre maio de 2019 e maio de 2020. Quando se consideram apenas os hipermercados e supermercados, a alta foi ainda maior, de 12,9%. “Toda a população, em algum momento, faz parte desse tipo de consumo. Além disso, o seu volume de vendas é muito maior do em lojas de eletrodomésticos, por exemplo. Então seu peso relativo é diferente”, explica.

Se dos 13 itens pesquisados, a variação positiva deveu-se nestes setores citados, outros registraram índices bastante negativos como o de livros, jornais e revistas (-85,9% %). Em abril, a queda já havia sido alta (-94,1%).  Em relação a maio de 2019, o registro já havia sido de forte recuo (-24%).  O setor que apresentou a segunda queda mais expressiva foi o de tecidos, vestuário e calçados, com redução de -74,1% entre maio de 2020 e o mesmo mês do ano passado. O segmento também tem a pior variação acumulada do ano em comparação ao igual período de 2019, com -35,2%. 

Outros setores que apresentaram quedas acima de 20% foram os de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-54,8%), além de outros artigos de uso pessoal e doméstico como lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos ou brinquedos, com diminuição de-47,8%. Combustíveis e lubrificantes também observaram um recuo de -23,8% nos índices.

Veículos, motocicletas, partes e peças, além de materiais de construção, também apresentaram queda na variação mensal, com índices que oscilaram negativamente entre maio de 2019 e maio de 2020, chegando a -43,8% e -25,6%, respectivamente. O ritmo da queda diminuiu em comparação à variação de abril, cujos índices bateram os -56,1% para veículos e 40,3% para materiais de construção. 

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