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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa encerra com queda de 0,56% e dólar fica abaixo de R$ 5,40

Publicado em: 09/07/2020 19:31

 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) testou o patamar de 100 mil pontos pela primeira vez em quatro meses, nesta quinta-feira (9), mas encerrou o dia no vermelho e mais um dia de bastante volatilidade com dados pouco animadores do mercado externo. Nos Estados Unidos, que registraram mais de 3 milhões de pessoas contaminadas pela Covid-19, os pedidos de seguro-desemprego continuam elevados, somando 1,314 milhão. 

O Índice Bovespa, principal indicador da B3, chegou a ficar acima de 100 mil pontos pela primeira vez em quatro meses, mas não se sustentou nesse patamar por cinco minutos na manhã de hoje. O Ibovespa fechou o pregão em 99.210 pontos, com queda de 0,56% em relação à véspera. 

A Bolsa e os bancos funcionaram normalmente hoje, apesar do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, pois o governo de São Paulo antecipou a folga para 25 de maio, a fim de tentar reduzir o contágio da Covid-19.

Os papéis de empresas exportadoras e da área de infraestrutura lideraram as perdas. As ações da Braskem recuaram 6,90%, as da  CCR, 4,73% e as da Ecorodovias, 3,42%. O IRB Brasil, que chegou a despencar quase 10% ao longo do dia após a aprovação do aumento de capital da empresa em até R$ 2,3 bilhões por meio de emissões de ações, zerou as perdas no fim do pregão. O dólar, que tinha iniciado o pregão em queda, ganhou força na parte da tarde, mas acabou ficando abaixo R$ 5,40.  A divisa norte-americana encerrou o dia em R$ 5,338, com queda de 0,21%.

Com a sinalização mais cautelosa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto sobre novos cortes na taxa básica da economia (Selic) a Bolsa perdeu um pouco do ímpeto e os juros futuros acabaram caindo. "O BC tem que avaliar o impacto do crescimento na inflação para ver se há espaço para corte residual na Selic", disse Campos Neto, em entrevista  à Reuters publicada logo após o início do pregão. “A curva a termo perde inclinação. Menos corte agora, menos alta depois, reza o manual”, observou um operador de um grande banco.

"A Bolsa subiu ontem impulsionada pelos dados positivos do varejo e pela euforia na bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, a Nasdaq, que acabou atingindo a máxima ontem. Mas a verdade é que há um descolamento dos mercados com a realidade e ainda há muita incerteza por causa da Covid-19. Os EUA continuam sendo o epicentro da pandemia, com mais de 3 milhões de casos confirmados e o número de pedidos de seguro-desemprego continuam elevados", destacou Erica Santos, especialista de investimento do Banco Modalmais.

Na avaliação de Santos, não há uma certeza sobre a volta da B3 aos 100 mil pontos veio para ficar. "A economia está começando a reabrir e, se os casos de contágio continuarem crescendo em um ritmo mais forte, a Bolsa não conseguirá se manter nesse patamar", afirmou a analista. "Os temores sobre uma segunda onda, que ainda não chegou ao Brasil vão começar a ser incluídos no cálculo. Por enquanto, ainda há muito otimismo, mas sabemos que a recuperação da economia vai ser lenta", destacou.

Vale lembrar que os investidores estrangeiros continuam batendo em retirada da B3. No último dia 7, o volume de saídas líquidas do mercado de ações brasileiro somou R$ 78,9 bilhões no acumulado do ano. 

Em Nova York, apenas a Nasdaq estava no azul, impulsionada pelos dados mais positivos de retomada da economia chinesa, com alta de 0,6%. Contudo, o Índice Dow Jones e o S&P500 operavam no vermelho após a Suprema Corte norte-americana obrigar o presidente Donald Trump a enviar dados financeiros e tributários para a promotoria de Nova York, algo que ele vem relutando em fazer.  As bolsas europeias, que fecharam com perdas. Londres, fechou com queda de 1,73% enquanto Paris caiu 1,21%.
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