Crise

Aeroporto do Recife faz contingenciamento de combustível e pode restringir voos

O terminal pode receber apenas aeronaves que não necessitem abastecer em solo pernambucano

Publicado em: 24/05/2018 06:30

A falta de combustíveis afeta também o Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre. Até o fechamento desta edição, o terminal só dispunha de querosene para garantir as operações até a zero hora de hoje, segundo informações da diretoria estadual do Sindicato Nacional dos Aeroporturários. Entretanto, a real situação do terminal ao longo do dia de hoje só seria conhecida após esse horário, quando a Infraero soltaria um comunicado às companhias aéreas.

“Ao longo dos últimos dias, as equipes de contigenciamento da Infraero vêm atuando para minimizar o impacto para a população”, explicou Leonardo Félix, diretor estadual do sindicato. Segundo ele, desde a última segunda-feira a estatal emitiu comunicados às companhias aéreas recomendando que as aeronaves que pousassem no Recife já viessem abastecidas, eliminando assim a necessidade de utilizar o combustível armazenado no aeroporto. “Foi emitido um aviso hoje (ontem) informando que só temos combustível até a meia noite. A previsão é que a partir desse horário seja emitido uma nova diretriz, que pode ser a manutenção do contigenciamento atual ou uma restrição de voos, onde apenas aqueles com combustível para decolagem estariam autorizados a pousar na capital pernambucana”, acrescentou. Os tanques do aeroporto têm capacidade para armazenar três milhões de litros de combustível.

Caso opte pela restrição de voos, a situação do aeroporto do Recife se iguala ao terminal de Brasília. Ontem, a concessionária Inframérica, que administra o local, informou que apenas aeronaves com capacidade de decolar sem necessidade de abastecimento estariam autorizadas a pousar.

De acordo com relatos de passageiros, alguns voos partindo do Recife registraram atrasos médios de 40 a 60 minutos, muito embora nos paineis de aviso a situação estivesse regular. Em alguns momentos a sala de embarque chegou a ficar totalmente cheia, sem lugares para sentar, o que gerou reclamação de algumas pessoas. Na manhã de ontem, a Infraero chegou a emitir um relatório informando que o terminal do Recife só teria estoque de querosene até às 18h de ontem.

Por meio de nota emitida ontem à noite, a estatal afirmou estar “monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais”. A Infraero disse também que “já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo”. A companhia orientou os passageiros a procurarem as companhias aéreas para consultar a situação dos voos. Com relação às companhias aéreas, a recomendação é consultar “a disponibilidade de combustível na origem e no destino do voo programado”.

 

Procurada pelo Diario, a Latam informou, em nota, que está avaliando com atenção os possíveis impactos da contigência nos aeroportos em sua operação aérea. A companhia deixou de cobrar a taxa de remarcação de passagens em voos domésticos programados para ontem e hoje com partidas, chegadas ou conexões programadas para os aeropotos do Recife, Aracaju e Brasília. O braço de logística da companhia, a Latam Cargo, informou que o escoamento de cargas para Brasília, Aracaju e Recife também será afetado.

Também em nota, a Gol informou que “está aplicando medidas de contingência em toda operação, mantendo as ações necessárias para minimizar os impactos aos seus clientes”. O serviço de cargas da companhia, GolLog, também foi afetado. “… esta greve também afeta nossas operações, na medida em que alguns aeroportos, sobretudo aqueles situados no interior do Brasil começam a ficar desabastecidos...”. Até a tarde de ontem, a Azul não registrava anormalidades nas operações no Recife.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que “está acompanhando com preocupação a paralisação de caminhoneiros pelo país e os reflexos para o transporte aéreo comercial”, sem estimar o número de voos cancelados e rotas impactadas.

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