GUERRA

Congresso dos EUA ameaça retaliação se TPI mandar deter autoridades de Israel

Tribunal Penal Internacional investiga desde 2014 as denúncias de crimes de guerra cometidos pelas forças militares de Israel e as milícias palestinas

Publicado em: 30/04/2024 16:40

Congressistas republicanos estão trabalhando numa retaliação legislativa contra o TPI (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP
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Congressistas republicanos estão trabalhando numa retaliação legislativa contra o TPI (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP )
O presidente do Congresso norte-americano, o republicano Mike Johnson, disse hoje que muitos congressistas republicanos estão trabalhando numa retaliação legislativa contra o Tribunal Penal Internacional (TPI), que alegadamente prepara ordens de detenção de autoridades israelenses.
 
O TIP, com sede em Haia, na Holanda, investiga desde 2014 as denúncias de crimes de guerra cometidos pelas forças militares de Israel e as milícias palestinas, e poderá emitir ordens de detenção ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, entre outros altos responsáveis de Israel, como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Herzi Halevi, pela representatividade na morte de milhares de civis na guerra na Faixa de Gaza.
 
Em um comunicado, Johnson defendeu que o governo do presidente Joe Biden deve se opor aos mandados de detenção, que classificou como vergonhosos e ilegais. “O governo deve usar todos os instrumentos disponíveis para impedir tal abominação”, defendeu o congressista.
 
"A possibilidade de serem emitidos mandados de captura por crimes de guerra contra comandantes das IDF (Forças de Defesa de Israel) e dirigentes do Estado, é um escândalo numa escala histórica", afirmou Benjamin Netanyahu.
 
No entanto, o primeiro-ministro de Israel assegurou que nenhuma decisão vai afetar a determinação israelense. "Quero deixar uma coisa bem clara: nenhuma decisão, nem em Haia nem em qualquer outro lugar, vai prejudicar a nossa determinação em alcançar todos os objetivos da guerra, a libertação de todos os nossos reféns, uma vitória completa sobre o Hamas e a promessa de que Gaza deixará de ser uma ameaça para Israel", indicou.
 
Israel, Estados Unidos, Rússia, Irã entre outros países não reconhecem a autoridade do TPI, mas os 123 países que o reconhecem estariam sujeitos a prender os visados em seu território e entregá-los ao tribunal de Haia.
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