Tesouro

Brasil capta US$ 1,5 bi no exterior, apesar do rebaixamento

Depois de altas e recordes sucessivos da bolsa, que abriu o ano com o pé direito, os investidores resolveram realizar lucros

Publicado em: 18/01/2018 21:30

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P semana passada não foi impedimento para que o Tesouro Nacional captasse, hoje, US$ 1,5 bilhão no mercado internacional, com a reabertura de um título a vencer em 2047. O papel foi emitido a juros de 5,6% anuais e os dólares entram nas reservas na próxima terça-feira, dia 23. A taxa de juros serve de referência para futuras captações de empresas brasileiras.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, o cenário externo benigno, “com apetite dos investidores por países emergentes”, contribuíram para que o mercado ignorasse a movimento negativo da agência de risco. 

O retorno das emissões externas do Tesouro, desde outubro de 2017, não teve muito impacto no mercado de ações, com o índice Bovespa recuando 0,28% e fechando abaixo do recorde dessa quarta (17/1), quando atingiu 81 mil pontos.

Mas os motivos dos movimentos da B3 foram outros. Depois de altas e recordes sucessivos da bolsa, que abriu o ano com o pé direito, os investidores resolveram realizar lucros.

“Chega uma hora que o mercado resolve botar no bolso”, diz o analista e operador financeiro Rafael Figueiredo, da Clear Corretora. “O mercado já entendeu todas as notícias positivas internas e externas, e acaba realizando lucro por uma questão de proteger parte o que ganhou”, resume.

O consultor financeiro Demetrius Lucindo, de Brasília, também diz ser natural que os investidores busquem realizar lucros, depois que o  Ibovespa “subiu muito”. Para ele, a proximidade do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira que vem (24/1) também gera movimento de resgate de operações, apesar  do mercado já ter “precificado” que o petista não será absolvido.

“Claro que todo mundo ainda está com um pé atrás, porque no Brasil tudo pode acontecer”, comenta Lucindo. “Acho que o mercado não deve ter nenhuma grande euforia, mas há sempre o temor de a Justiça ser injusta”, comentou ele.

Apesar do mercado de juros futuros ter fechado em alta e alguns operadores terem visto algum “efeito Lula” no comportamento, Figueiredo não  acredita que, “condenado ou não”, o efeito Lula “não deve interferir em nada no mercado”, nos próximos dias.
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