Investimento Empresa de munição deve iniciar produção em Pernambuco em 2018 Ao todo, serão geradas 40 vagas de trabalho. O número é baixo mas os cargos gerados exigirão qualificações altas e representarão, consequentemente, salários altos

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 15/12/2017 17:06 Atualizado em: 15/12/2017 17:22

A Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata de Pernambuco são as duas áreas  que estão sendo analisadas pela empresa suíça Ruag para abrigar a primeira fábrica de munição internacional dentro do Brasil. O espaço procurado pelo empreendimento deve ter um galpão, que será adaptado para o uso inicial da empresa, e um terreno, onde será construída a fábrica. A condição de buscar uma estrutura pronta está relacionada a pretensão da Ruag de começar a comercializar a munição produzida em terras pernambucanas já em 2018. O investimento necessário para dar o start na operação é de R$ 50 milhões, valor que pode chegar a R$ 250 nos próximos anos, a depender da expansão da demanda.

Ao todo, serão geradas 40 vagas de trabalho. O  número é baixo mas os cargos gerados exigirão qualificações altas e representarão, consequentemente, salários altos. O protocolo de autorização da instalação da fábrica foi assinado hoje na presença do governador Paulo Câmara, do ministro da Defesa, Raul Jungann e do presidente internacional da Ruag, Christoph Eisenhardt. As munições produzidas aqui devem chegar a um volume de 20 mil toneladas por ano e um faturamento de U$ 10 milhões de dólares em seus primeiros doze meses.

Além das forças armadas e das corporações policiais brasileiras, as balas fabricadas na planta pernambucana, calibre 9x19, 40 e 380 Auto, também serão exportadas para os Estados Unidos, daí o interesse da Ruag por uma área próxima a Suape. “Nossa prioridade é ficar próximo ao Porto de Suape, mas estamos avaliando áreas com uma estrutura apropriada para iniciarmos a produção o mais rápido possível. Temos muitas máquinas de alto valor para instalar, é uma fabricação extremamente automatizada. Então estamos analisando a possibilidade que mais se encaixa com nosso modelo", afirma Maria Vasconcelos, CEO da Ruag no Brasil.

E ela lembra que a Ruag tenta entrar no Brasil desde 2009. “A gente chegou no momento brasilmania e fomos resilientes no momento brasilfobia. Não existia a possibilidade de uma empresa internacional produzir armamentos no Brasil e nós construimos junto com os gestores as condições para a nossa implantação aqui. Agora, outras empresas poderão vir também”, ressalta.

A representante da empresa suíça afirma que, em médio prazo, a marca poderá trabalhar também com outras áreas como aeroespacial e cybersegurança. “Sabemos que Pernambuco está bem preparado para fornecer mão de obra adequada com o apoio do CESAR, do Porto Digital e das universidades instaladas aqui”, diz. Maria ressalta que durante todo o processo de implantação do fábrica haverá um intensivo treinamento dos funcionários selecionados. “Para essa indústria, não existe mão de obra qualificada, principalmente no Nordeste, pois não existe nenhuma fábrica do tipo aqui, então sabemos que vamos precisar nos dedicar ao treinamento dos nosso funcionários.”

O ministro Raul Jungmann aproveitou a assinatura do protocolo e anunciou que a Sudene aprovou ontem a inclusão da indústria de defesa brasileira nas áreas com prioridade de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Agora, a empresa terá acesso a uma linha de crédito específica do Banco do Nordeste que tem subsídios federais, logo, juros abaixo do mercado. "Com essa linha de crédito especifica poderemos ter novas empresas ligadas indústria da defesa trabalhando em Pernambuco, formando um Polo de Defesa no estado, o que significa mais emprego e renda", comenta. Para o governador Paulo Câmara, a  instalação da fábrica confirma o momento de recuperação econômica do estado. "No primeiro semestre, nosso PIB cresceu 2,3%, contrariando o comportamento nacional. Acredito que em 2018, vamos ser o estado que mais vai sentir a retomada da economia."


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