DP Empresas PIB volta a subir no terceiro trimestre Expectativa de analistas é de que crescimento da atividade nos três meses encerrados em setembro atinja 0,4% e o avanço se mantenha no Brasil

Por: Correio Braziliense - Correio Braziliense

Publicado em: 30/11/2017 22:41 Atualizado em: 30/11/2017 23:14

A economia voltou a acelerar no terceiro trimestre. O resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) para esse período será divulgado apenas hoje, 1º de dezembro, mas analistas de mercado apostam em melhora consistente dos números. Economistas da Tendência Consultoria, por exemplo, preveem crescimento de 0,4% no acumulado entre julho e setembro em relação ao período imediatamente anterior. O resultado reforça as expectativas de que a atividade econômica encerre o ano com um avanço de 0,7% — o melhor desempenho desde 2013.

Apesar de os primeiros sinais de retomada estarem surgindo, a recuperação efetiva da economia, na opinião de especialistas, ainda está longe de ser alcançada. A alta de 0,7% sinaliza apenas uma reação. No acumulado dos dois últimos anos, o PIB caiu 7,4%. A jornada para recolocar o país nos trilhos será lenta e passa, necessariamente, pelo aumento da demanda e da produção.
A expectativa é de que sinais de recuperação sejam cada vez mais perceptíveis a partir do terceiro trimestre. Para o economista Bruno Levy, da Tendências, os investimentos devem subir 0,7% de julho a setembro em relação aos três meses imediatamente anteriores, após quatro trimestres de queda. De janeiro a dezembro, a expectativa também é de avanço. A última vez em que o indicador registrou duas altas consecutivas foi em 2013.

A retomada dos investimentos responde à melhora da economia. Com a inflação em desaceleração, o Banco Central (BC) encontrou espaços na política monetária para promover cortes na taxa básica de juros (Selic). O cenário mais propício para consumo e renegociação de dívidas contribuiu para a queda do endividamento e a melhora dos indicadores de confiança. “A redução dos juros e o aumento da confiança da indústria e do consumo de bens de capital estão puxando esse processo”, avalia.

Com a melhora dos investimentos, outro indicador que deve apresentar reação é a indústria. No terceiro trimestre, o setor secundário da economia subirá 0,5% em relação ao segundo, projeta Levy. No período imediatamente anterior, o que se observou foi uma queda de 0,5%. Se confirmado, o resultado será puxado pela indústria da construção civil, que crescerá 1,4%. “A construção ainda sente um pouco, mas começa a ver sinais de melhora”.

Impulso ao crescimento do consumo

O cenário de inflação baixa e juros menores ajudarão a impulsionar os gastos dos consumidores. O indicador do consumo das famílias, que responde por cerca de 60% do PIB pela demanda, deve subir 0,8% em relação ao segundo trimestre, prevê o economista Bruno Levy, da Tendências Consultoria.

Embora o resultado represente uma desaceleração em relação ao segundo trimestre, período em que o consumo foi estimulado pela liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), há perspectiva de que o consumo das famílias continue subindo e puxando, consequentemente, a atividade terciária. O setor de serviços deve subir 0,6% no terceiro trimestre em relação ao segundo, puxado pelo comércio, que crescerá 1,4%.

Para 2018, as expectativas são boas. Os investimentos devem manter trajetória de alta, bem como o consumo das famílias. Com isso, são grandes as probabilidades de o PIB subir 2,5% no próximo ano. É o que prevê o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes. “Isso é típico de período pré-eleitoral. O consumo tem tendência de melhora, pelo menos, até metade do ano que vem. Até a definição das eleições, dificilmente medidas impopulares serão adotadas”, prevê.

A depender de um bom desempenho do quadro fiscal em 2018, é possível que o PIB cresça até 3%, avalia o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores. “Se não houver um forte choque no setor externo e nas condições políticas, e a inflação e os juros reais se mantiverem sob controle, é um cenário possível”. No entanto, ele ressalta que será fundamental o governo assegurar o equilíbrio do quadro fiscal. E, para isso, a aprovação da reforma da Previdência é importante. (Do Correio Braziliense)

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