REFORMA Marun reconhece dificuldade de 'cooperação' na comissão da reforma da Previdência O presidente do colegiado também disse ser normal a troca de membros da comissão por parte das lideranças às vésperas de um momento decisivo

Por: Agência Estado

Publicado em: 03/05/2017 15:48 Atualizado em:

O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nesta quarta-feira, 2, que não trabalha com a possibilidade de votar a proposta amanhã. "A expectativa é aprovar o texto hoje, recusar destaques e continuar a discussão no plenário", afirmou Marun, enquanto a comissão se preparara para retomar os trabalhos após o almoço.

A recusa dos destaques, que são mudanças no texto votadas separadamente, ainda na comissão garante ao governo uma margem de manobra no plenário da Câmara, onde a base ainda precisa correr atrás de votos. O próprio governo reconhece ainda não ter os 308 votos necessários para aprovar a proposta, e os destaques podem ser uma via de aplicar mudanças no texto como fruto da negociação com parlamentares.

Marun reconheceu que tem havido dificuldades de "cooperação" na comissão e também com o texto, cuja versão com as alterações mais recentes demorou a ser entregue as parlamentares da comissão. Diante disso, a sessão que deveria ter sido retomada às 14h30 ainda não começou, mas ele assegurou que a votação será realizada hoje.

O presidente do colegiado também disse ser normal a troca de membros da comissão por parte das lideranças às vésperas de um momento decisivo. "É natural que base coloque nessa comissão gente que pensa como o governo, não dissidentes de seus partidos", afirmou.

"Estou confiante no resultado, na vitória, e estou otimista que vamos conseguir 3/5 dos votos", acrescentou Marun, que estabeleceu como mínimo o placar de 22 votos favoráveis à proposta.

O presidente da comissão ainda defendeu as mudanças feitas no parecer hoje, que incluíram agentes penitenciários e policiais legislativos da Câmara e do Senado na regra que permite idade mínima menor para aposentadoria, desde que seja ao menos de 55 anos. Para ele, trata-se de uma questão de justiça.

"Não foram alteradas questões basilares, mas sim pontuais", garantiu Marun. O presidente destacou ainda que nenhuma mudança coloca em risco o ajuste fiscal do País e refutou o argumento de que as alterações de última hora podem abrir a porteira para mais pedidos e pressões. "Não vejo mais mudanças, já atendemos às reivindicações por ajustes", disse.



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