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Espaço Sem recursos, Marco da Moda encerra incubação de empresas Espaço de apoio a empreendedores da cadeia têxtil do estado testa outro formato para sobreviver

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 28/07/2016 08:41 Atualizado em: 28/07/2016 08:54

Marco da Moda terá curso de especialização em negócios de moda, que será pago integralmente pelos participantes. Foto: Ytallo Barreto/Divulgacao
Marco da Moda terá curso de especialização em negócios de moda, que será pago integralmente pelos participantes. Foto: Ytallo Barreto/Divulgacao

O Marco Pernambucano da Moda, criado em 2012 para ser a incubadora de projetos da indústria de confecções em Pernambuco, acaba de abandonar oficialmente a incubação de empresas por falta de recursos. Após a graduação da primeira e única turma com 20 projetos, a gestão do Marco testará outro formato de apoio à cadeia têxtil, oferecendo um curso de especialização em negócios de moda, que será pago integralmente pelos empreendedores participantes. Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e gerido pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções do estado (NTCPE), o Marco foi estruturado através de uma parceria com a Petroquímica Suape no valor de R$ 2 milhões. Com o fim do financiamento, este ano, e sem novos parceiros, o espaço está lutando para sobreviver.

“Temos um custo de manutenção de R$ 160 mil, que são recursos do governo do estado para as contas administrativas e a estrutura. Além disso, temos recursos das indústrias associadas ao Núcleo, mas na incubação precisamos de mais verba, principalmente para o pagamento dos consultores e professores, que são especialistas”, explica Fredi Maia, presidente do NTCPE. Segundo ele, sem os recursos, o plano é instituir mensalidades para não paralisar as ações de formação do marco. “Vamos dividir o curso em módulos e trabalharemos pontos que, na incubação, vimos que são cruciais para os empreendedores de moda do estado. Os temas principais serão gestão de negócios, design e desenvolvimento de produtos, tecnologia de produção e marketing”, detalha.

A turma será aberta em agosto e deverá ter duração de 18 meses, com aulas práticas e teóricas e uma média de 30 horas/aula por semana. Poderão participar estudantes de moda formados e empreendedores que já tenham um negócio. Além da formação, os alunos, que serão no máximo 30, terão alguns benefícios de uma incubação como a possibilidade de usar o espaço e as máquinas do Marco. O local também está aberto para empresários do setor que precisam de assessoria técnica, consultoria, informações de mercado e de tendências. Também pode agender para uso dos equipamentos.

“Estamos, inclusive, alugando o espaço aos finais de semana para gerar mais recursos. Nosso objetivo é testar fórmulas para tornar o Marco sustentável e continuar contribuindo para a cadeia têxtil do estado”, afirma Maia. Ele ressalta que, desde 2015, o Marco da Moda realizou 1,8 mil atendimentos empresariais e 208 consultorias, serviços pagos que também ajudam na captação de verbas para outros projetos. Maia adianta que a seleção para o curso de moda será aberta até o dia 15 de agosto com divulgação no site http://www. marcopemoda.com.br/

Maíra Caldeira e sua sócia Taís Fernandes, donas da marca Rainha da Cocada, que terá lançamento oficial no dia 4 de agosto, no cinema São Luiz, com a coleção homônima, fazem parte da turma graduada pelo Marco e lamentam a mudança do formato. “A incubação foi uma experiência incrível para a gente. Estávamos começando e os 11 meses nos ajudaram a amadurecer o negócio e os produtos. Tivemos contato com excelentes mentores. Nosso relacionamento com outras empresas incubadas também nos ajudou a conhecer melhor o mercado, encontrar fornecedores e até a definir nossa coleção”, elogia Maíra. Apesar disso, ela confessa que o formato já apresentava falhas em sua execução. “Acho que faltou divulgação para os incubados e mais exposição das coleções finais, mas ainda assim tivemos mais sorte do que a próxima turma, que precisará pagar.”

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