Comparação Salários de funcionários públicos no Brasil são mais altos do que nos EUA Servidores brasileiros dos poderes Legislativo e Judiciário levam vantagem na remuneração

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 27/06/2016 07:40 Atualizado em:

Os funcionários públicos brasileiros têm pouco o que reclamar caso vejam a remuneração que recebem trabalhadores com a mesma função no exterior. A comparação tornou-se mais fácil após a popularização de páginas na internet com informações salariais sobre todas as profissões, como, por exemplo, o site norte-americano PayScale (www.payscale.com). A robustez da remuneração do funcionalismo no país pode ser notada em funções dos Três Poderes.

Mas, nos casos do Legislativo e do Judiciário, o contraste é ainda maior. Isso ocorre apesar de os Estados Unidos terem renda por habitante cinco vezes superior à brasileira. “Não é à toa que os concursos são tão concorridos no Brasil”, destaca o economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ele explica que o poder de lobby dos funcionários públicos é muito forte no país. “Eles tratam no dia a dia com os administradores eleitos, que dependem da burocracia”, diz Camargo.

A confrontação dos valores não é trivial, porque, nos EUA, a remuneração é apresentada por hora ou então pela soma do que se recebe em um ano, enquanto no Brasil a referência para o salário é mensal. Há também vantagens que são de difícil contabilização no caso dos brasileiros: vale-refeição, que chega a R$ 700 mensais no Legislativo, e diversos tipos de auxílio, ignorados na análise.

Em todos os Poderes, o funcionário pode também ter uma função comissionada, não levada em conta na comparação. Tampouco são levados em conta os benefícios previdenciários: funcionários públicos brasileiros têm direito a aposentadoria integral. “A deturpação em relação aos salários do setor privado ocorre, sobretudo, na remuneração inicial”, aponta Camargo. Isso se deve aos aumentos aprovados no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sucessora, Dilma Rousseff, conteve os salários. Os vencimentos são limitados pelo teto, a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 33,7 mil.

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