CLIMA

Organização Meteorológica Mundial alerta que 2024 deve ter novo recorde de calor

De acordo com a agência, a tendência de aquecimento do planeta, impulsionada pelo fenômeno El Niño, deverá permanecer neste ano

Publicado em: 26/01/2024 15:36

Há 99% de possibilidade de 2024 ser classificado entre os cinco anos mais quentes desde que há registros (Foto: Freepik)
Há 99% de possibilidade de 2024 ser classificado entre os cinco anos mais quentes desde que há registros (Foto: Freepik)
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) avisou que o ano de 2024 pode bater o recorde de calor ocorrido em 2023 devido ao fenômeno El Niño. De acordo com a  OMM, agência das Nações Unidas, a tendência de aquecimento do planeta, impulsionada pelo fenômeno El Niño, que levou em 2023 a temperatura do ar a bater recordes todos os meses entre junho e dezembro, deverá permanecer neste ano.
 
O El Niño é o aquecimento anômalo das águas superficiais do oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial, afetando o clima global e a circulação geral da atmosfera. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alertou que este fenômeno meteorológico deverá aumentar ainda mais as temperaturas em 2024. “Uma vez que o El Niño normalmente tem o maior impacto nas temperaturas globais após o seu pico, 2024 poderá ser ainda mais quente”, advertiu.
 
Já os cientistas da agência norte-americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA, na sigla inglesa), estimam que haja uma probabilidade em cada três de que 2024 seja mais quente do que 2023 e 99% de possibilidade de 2024 ser classificado entre os cinco anos mais quentes desde que há registros. De acordo com a NOAA, a temperatura mundial foi em 2023 mais 1,18ºC da média do século XX.
 
Celeste Saulo afirma que será necessário reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta, e acelerar a transição para fontes de energia renováveis. “Não nos podemos dar ao luxo de esperar mais. Já estamos a tomar medidas, mas precisamos fazer mais e rapidamente”, disse a secretária-geral da OMM.
 
“2023 é apenas um vislumbre do futuro catastrófico que nos espera se não agirmos agora”, avaliou o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre os dados da OMM.
 
Segundo a OMM, desde os anos de 1980 que cada década foi mais quente do que a precedente e os nove anos mais quentes ocorreram de 2015 a 2023. A Organização Meteorológica Mundial registrou, tal como o Observatório Copernicus, que o ano passado teve temperaturas excepcionalmente altas à superfície dos oceanos e que o gelo na Antártida registrou níveis mínimos históricos.
 
O relatório anual da OMM também confirmou que 2023 foi o ano mais quente no mundo desde que há registros, corroborando com o balanço do programa europeu de observação da Terra Copernicus. De acordo com a OMM, a temperatura média mundial em 2023 foi 1,45ºC acima do nível pré-industrial (1850-1900), aproximando-se do limite do aquecimento global de 1,5ºC fixado pelo Acordo Climático de Paris, em 2015. Para o Copernicus, 2023 foi 1,48ºC mais quente desde o período pré-industrial. 
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