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VACINAÇÃO

Para especialista, vacinação reduz taxa de ocupação de UTIs

Publicado em: 12/01/2021 22:06

 (Foto: AFP / NELSON ALMEIDA)
Foto: AFP / NELSON ALMEIDA
A taxa de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais continua alta. Cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus e São Paulo permanecem com hospitais congestionados e aumento no número de internações, devido ao crescente número de novos casos de Covid-19 após as festas de fim de ano. Segundo o Ministério da Saúde, são mais de 204 mil mortes desde o começo da pandemia. A média móvel de óbitos, divulgada nesta terça-feira, foi de 1.100 nas 24 horas anteriores.

Em Belo Horizonte, a taxa de ocupação das UTIs de Covid-19 é de 86,2%. Para conter o aumento no número de casos do novo coronavírus, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) decretou o fechamento de serviços não essenciais, a partir desta semana. Apesar da preocupante situação dos hospitais locais, comerciantes e empresários protestaram, na manhã da última segunda-feira (11), em frente à prefeitura contra a decisão.

Em São Paulo, a taxa de ocupação das UTIs de Covid-19 dos hospitais contratados é de 80%. Cidades próximas à capital também sofrem com alta demanda por leitos. Em Campinas, por exemplo, o índice é de 84%, mas há hospitais que decretaram 100% na ocupação.

É o caso do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que no início desta semana decretou lotação da UTI para Covid-19 e agora busca arrecadar R$ 10 milhões, entre os dias 11 de janeiro e 11 de fevereiro, para a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) e remédios. A ação faz parte da campanha Tire o HC Unicamp da UTI, lançada em junho passado.

Outro hospital que apresenta lotação da UTI é o Hospital de Clínicas de Campina Grande (PB), referência para tratamento de casos do novo coronavírus. Na Paraíba, a taxa geral de ocupação de leitos de Covid-19 é de 50%. Em João Pessoa, é de 52,8%.

Cidades que também apresentam alta taxa de ocupação de UTIs de Covid-19 são Manaus, com 86,4%, e Porto Alegre, com 85,75% de ocupação. No Distrito Federal, é de 71,38%.

Descuido geral

Para Raquel Stucchi, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os altos índices de ocupação podem ser explicados pelo descuido da população com medidas básicas de proteção e a realização de reuniões com aglomerações.

"As pessoas abriram mão, desde a época das eleições, de todas as medidas de proteção contra o coronavírus. Se aglomeraram, fizeram encontros. E, aí, essas aglomerações resultaram em um aumento expressivo do número de casos. Isso acaba refletindo em alto número de internações e óbitos. Precisamos, enquanto população, voltar ao que fizemos no ano passado, com máscara e distanciamento", recomenda a infectologista.

Ela também ressalta que o uso de máscaras é eficaz contra o desenvolvimento de formas graves da doença. "As chances de desenvolver a forma grave da doença é maior quando não há barreiras que impeçam o contágio. Outro fator importante para o aumento do número de óbitos é que nós não dispomos mais dos mesmos leitos para internação e dos mesmos recursos de profissionais que tínhamos há meses. E quando falamos de profissionais de saúde, além de não ter o mesmo número, os que estão trabalhando estão exaustos. Não temos mais hospitais de campanha", lembra.
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