![Cachorrinha chegou a ser levada para hospital veterinário, mas morreu de politraumatismo (crédito: Reprodução) Cachorrinha chegou a ser levada para hospital veterinário, mas morreu de politraumatismo (crédito: Reprodução)]() |
Cachorrinha chegou a ser levada para hospital veterinário, mas morreu de politraumatismo (crédito: Reprodução) |
A tutora da cachorrinha Zoe, um Lulu da Pomerânia, denunciou que a cadela foi assassinada a tesouradas durante um banho em um petshop do Bairro Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com o relato da dentista Flávia Corradi, como de costume ela levou Zoe para tomar banho e tosar, no final da manhã de quinta-feira (20/2). Cerca de quatro horas depois, ela entrou em contato com o petshop perguntando sobre a cadela, já que ela ainda não tinha voltado para casa.
A loja, então, pediu para a tutora ir até o estabelecimento porque Zoe estava passando mal pelo calor. “Cheguei e vi a veterinária do petshop com um ventilador em cima da Zoe, que estava embrulhada em uma toalha gelada”.
No relato, a tutora ainda afirma que encontrou o animal com a cabeça ensanguentada e sem movimentos. Imediatamente, a Flavia levou a cadela para o Hospital Veterinário São Francisco de Assis na companhia da veterinária do petshop, mas Zoe morreu pouco depois de politraumatismo.
Durante a confecção do boletim de ocorrência, o tosador do petshop foi questionado sobre o ocorrido e afirmou que a cachorra ficou “molinha na mão dele e bateu a cabeça na ponta de uma tesoura” durante o procedimento para secar a cadela.
Porém, imagens do circuito de segurança da loja mostram outra coisa, segundo a tutora. “A imagem é nítida. A Zoe já tinha tomado banho e fez xixi na pata de trás. Ele (o tosador) fica com raiva porque teria que limpá-la novamente, dá um tapa muito forte na cabeça dela e entrega ela para tomar um novo banho”.
Quando Zoe volta para a mesa de tosa, o tosador, já impaciente, faz dois movimentos em direção a cabeça da cadela. “O laudo mostra que quebrou o crânio dela todo”.
Ainda de acordo com Flavia, a polícia tem as imagens do petshop e os laudos veterinários da cachorrinha. A família registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e a Polícia Civil já abriu um inquérito para investigar a morte.
Em nota, o pet shop lamentou o episódio “inaceitável” ocorrido na empresa e afirmou que, em sete anos de atuação, sempre priorizou o respeito, o carinho e a segurança dos animais, de forma a garantir que cada pet recebido fosse tratado com o cuidado que merece.
“Infelizmente, ao analisarmos as imagens de segurança, identificamos que um colaborador teve uma conduta cruel e inadmissível contra uma cachorrinha sob seus cuidados, o que resultou em ferimentos que, mesmo com todos os esforços veterinários, levaram à sua perda. Assim que tivemos ciência do ocorrido, tomamos as providências cabíveis: o funcionário foi demitido por justa causa e imediatamente denunciado às autoridades competentes”
O estabelecimento ainda informou que, diante do impacto emocional e profissional causado pelo episódio, os responsáveis decidiram encerrar as operações do petshop. "Esse episódio nos atingiu profundamente e nos fez repensar a continuidade de nossas atividades. Embora seja doloroso dar fim a um projeto construído com tanto amor e dedicação, acreditamos que essa é a atitude mais coerente neste momento".
Apoio emocional
Ainda de acordo com a tutora, Zoe era apoio emocional da enteada dela, de 11 anos, que passou por diversas perdas recentes. "A criança assistiu a morte da própria mãe. Já é uma criança tratando de traumas e perdas consecutivas. A cachorrinha era tudo na vida dela. Ela cuidava da Zoe, fazia picolé de melancia, ela chegava da escola e cuidava da Zoe
Ameaças
Depois de denunciar a situação, Flavia passou a receber mensagens e ligações de ameaça da companheira do suspeito. "Você quem vai pagar", "Se eu responder pelo ocorrido, você também vai", são algumas das mensagens que a mulher recebeu.
A tutora também fez um boletim de ocorrência específico sobre as ameaças.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou procedimento investigatório para apurar o possível crime de maus-tratos a animais praticado por um homem, de 26 anos, funcionário do petshop. "A investigação encontra-se em andamento a cargo da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Contra a Fauna (DEMA), com a realização de oitivas e demais diligências necessárias à elucidação dos fatos".