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Quase 30 tiros e até Rolex apreendido: polícia detalha execução de delator do PCC

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado com dez tiros de fuzil na saída do Terminal 2, do Aeroporto de Guarulhos (SP)

Publicado em: 11/11/2024 15:14 | Atualizado em: 11/11/2024 16:08

Perícia esteve no local da execução de delator do PCC  (Foto: AFP)
Perícia esteve no local da execução de delator do PCC (Foto: AFP)
Jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado com dez tiros de fuzil na saída do Terminal 2, do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde de sexta-feira (8). Os autores dos disparos ainda não foram identificados.

Gritzbach admitiu que lavava dinheiro da facção, fechou recentemente um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e chegou a registrar que era alvo de ameaças. Ele também era suspeito de ordenar a execução de dois líderes da organização criminosa, mas negava envolvimento com esses crimes.

O ataque contra o delator do PCC aconteceu às 16h07 e também resultou na morte do motorista de aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, atingido por uma bala perdida nas costas. Outras duas pessoas ficaram feridas.

O Diario de Pernambuco teve acesso à íntegra do boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Civil paulista, que enumera quase 30 tiros disparados durante o atentado no maior aeroporto da América Latina.

Segundo o documento, a perícia recolheu 21 cartuchos de calibre 7.62, além de quatro 5.56 e dois .223, todos já deflagrados. Outros cinco projéteis também foram apreendidos.

Joias

O empresário foi morto ao retornar de uma viagem a Maceió. Segundo a investigação, ele estava com a namorada, que não ficou ferida, e levava uma bolsa recheada de jóias.

No boletim de ocorrência, a Polícia Civil lista 11 anéis, todos ornados com pedras, dez pares de brincos, seis pulseiras, cinco colares e um par de argolas douradas. Associados à namorada da vítima, os itens tinham certificados da Vivara, Cartier, Bulgari, Cristovam Joalheria e IBGM Gemologia. 

Já ligados a Gritzbach, os policiais encontraram R$ 620, um iPhone, um MacBook, uma corrente prateada com uma medalha e um relógio “aparentando ser da marca Rolex”. A Polícia Civil deve analisar os aparelhos em busca de pistas sobre os atiradores.

Alvo de ameaças, o empresário andava com segurança particular, formada por policiais militares. Na hora do atentado, no entanto, parte da escolta estava em um posto de gasolina, fora da área do aeroporto, e alegou que o carro havia quebrado. Quatro agentes foram afastados.

Ataque

Com os rostos cobertos por balaclavas e empunhando armas longas, os matadores desembarcaram de um Volkswagen Gol preto, que parou na segunda faixa de rolamento da área de desembarque, e atiraram em Gritzbach à queima-roupa. Havia três indivíduos no veículo, segundo a investigação.

Na hora do disparo, o empresário estava na ilha central, prestes a embarcar num Trailblazer, o carro que o levaria para casa. Com os disparos, o motorista arrancou do aeroporto e retornou depois. Já a escolta, realizada em um Volkswagen Amarok, não estava no local. Os três veículos passaram por perícia.

Gritzbach foi atingido por dois tiros no rosto, quatro no braço direito, um no tórax, um nas costas, outro na perna esquerda e mais um na lateral do corpo. Ele morreu na hora.

Após buscas pela região, os investigadores também encontraram duas mochilas, com armas que podem ter sido usadas no crime, em um barraco nas imediações do aeroporto.

Foram apreendidos três fuzis, dois de calibre 762 e outro 556, uma pistola 9 mm, além de sacos plásticos, peças de roupas, luvas e uma placa de carro. Parte do material estava escondida em um arbusto, de acordo com o boletim de ocorrência. Já outra parte foi encontrada atrás de um trailer.

Os investigadores requisitaram exame papiloscópico para coletar impressões digitais no material.
Tags: execução | aeroporto | sp | pcc | tiros | fuzil | rolex |

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