MEIO AMBIENTE

Desmatamento aumenta 67% no Cerrado e reduz na Amazônia, diz MapBiomas

Relatório aponta que o Brasil perdeu 1.829.597 de hectares de vegetação nativa em 2023, o que significa que o desmatamento diminuiu em 11,6% em relação a 2022

Publicado em: 28/05/2024 08:46 | Atualizado em: 28/05/2024 08:51

 

Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8,56 milhões de hectares de vegetação nativa  ((Foto: Carlos Fabal/AFP)
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Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8,56 milhões de hectares de vegetação nativa ((Foto: Carlos Fabal/AFP) )

 

Em 2023, o Brasil perdeu 1.829.597 de hectares de vegetação nativa, o que significa que o desmatamento diminuiu em 11,6% em relação a 2022, quando 2.069.695 de mata foram derrubados. Os dados são Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2023) do MapBiomas, divulgados nesta terça-feira (28/5). Ainda segundo o levantamento, a devastação na Amazônia diminuiu 62,2%, com 454,27 mil hectares desmatados no ano passado, enquanto no Cerrado aumentou 67,7%.

 

O Pantanal apresentou aumento de 59,2%, com 49,67 mil hectares desmatados em 2023, e Caatinga de 43,4%, com 201,68 mil hectares. Já a Mata Atlântica e o Pampa apresentaram redução nos índices de desmatamento, 59,6% (12,09 mil hectares) e 50,4% (1,54 mil hectares), respectivamente. Em 2023, pela primeira vez, houve o predomínio de desmatamento em formações savânicas (54,8%) seguido de formações florestais (38,5%).

 

Últimos cinco anos

Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8,56 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo mais de 85% na Amazônia e no Cerrado. O relatório do MapBiomas aponta que a agropecuária é o principal vetor de desmatamento, com mais de 97% da perda de vegetação nativa nos últimos cinco anos. Outros fatores incluem garimpo, eventos climáticos extremos, expansão urbana e, na Caatinga, projetos de energia solar e eólica.

 

Desmatamento em áreas protegidas

Em 2023, 96.761 hectares foram desmatados em Unidades de Conservação, o que representa uma redução de 53,5% em relação a 2022. Além disso, no ano passado foram observados 20.822 hectares de perda de vegetação nativa dentro de Terras Indígenas, o que contabiliza 1,1% do desmatamento no Brasil no ano. Houve uma redução de mais de 27% no desmatamento em TIs em relação a 2022.

 

A estimativa é que mais de 93% da área desmatada no Brasil em 2023 teve pelo menos um indício de irregularidade, ou seja, sem autorização ou dentro de territórios protegidos.

 

Por estado

Os estados que apresentaram as maiores reduções na área desmatada em relação a 2022 (cerca de 68 a 70% de queda) foram: Paraná, Rondônia, Acre, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amazonas. Já o Maranhão saiu da 5ª posição e ocupa o 1º lugar pela primeira vez, com um aumento de 95,1% na área desmatada em relação a 2022, totalizando uma perda de 331.225 hectares de vegetação nativa.

 

Os estados de Tocantins e Goiás também apresentaram aumentos relevantes na área desmatada, de 177,9% e 125,3% respectivamente. Somados, cinco estados (Maranhão, Bahia, Tocantins, Pará e Mato Grosso) compreendem 65,5% de todo o desmatamento no país em 2023.

 

 

(foto: Divulgação/Mapbiomas)
 (Ranking dos estados por velocidade de desmatamento
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(foto: Divulgação/Mapbiomas) (Ranking dos estados por velocidade de desmatamento )

 

"Duas regiões caracterizadas pela expansão orientada das atividades de agropecuária se tornaram regiões de importante pressão de desmatamento: Amacro e Matopiba. A região Amacro é onde se encontra a divisa dos três estados amazônicos (Amazonas, Acre e Rondônia), e é considerada a nova fronteira do desmatamento na Amazônia. Já o Matopiba é uma região composta pelo estado do Tocantins, e parte dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde vem se intensificando a expansão da agricultura, principalmente no bioma Cerrado nas últimas duas décadas", pontua o relatório.

 

O Correio tenta contato com o Ministério do Meio Ambiente para que a pasta comente sobre os dados do desmatamento, mas até a publicação desta matéria o jornal não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

 

As informações são do Correio Braziliense

 

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