Tremor

Veja antes e depois de bairro afetado pela extração de sal-gema em Maceió

Até 2022, pelo menos 14 mil imóveis foram condenados

Publicado em: 01/12/2023 18:10 | Atualizado em: 01/12/2023 18:33

 (Foto: Reprodução/Street View)
Foto: Reprodução/Street View

O governo federal reconheceu o estado de situação de emergência na cidade de Maceió, em Alagoas, por conta dos prejuízos causados pelo afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da empresa Braskem. A cidade já sofre há anos com o afundamento de alguns bairros, que passam por rachaduras nas ruas, casas e prédios. Até o ano passado, 14 mil imóveis foram condenados em cinco bairros da cidade: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol.

O processo de afundamento é lento, mas já fez com que pelo menos 55 mil pessoas abandonassem suas casas e empreendimentos. O primeiro bairro a ser atingido foi Pinheiro, em fevereiro de 2018, após fortes chuvas aumentarem ainda mais os tremores de terra. Naquele período começava um intenso trabalho para entender o que estava acontecendo com a cidade.

No mês de maio de 2019, as rachaduras já tinham se expandido e chegado aos bairros vizinhos, como Mutange, Bebedouro e Bom Parto. A Braskem tinha interrompido a mineração e chegou a parar a operação da fábrica de cloro-soda. No começo de 2021, a fábrica voltou a funcionar, mas desta vez com sal importado do Chile.

Em 2022, os tremores afetam em baixa escala as casas do bairro Farol, que é a 5ª localidade inserida no monitoramento dos órgãos de segurança. Apesar do histórico de rachaduras misteriosas na cidade, apenas um ano depois dos primeiros registros foi confirmado que a  extração de sal-gema feita pela Braskem provocou a instabilidade no solo. 

Com o passar dos anos, milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas e muitas ruas da cidade se tornaram “ruas fantasmas”. É possível identificar as rachaduras não só nas vias, mas também nas moradias. Confira abaixo como ficou o bairro Pinheiro com o passar dos anos:

Mina de sal pode colapsar e Maceió entra em estado de emergência

A Defesa Civil de Maceió, em Alagoas, está em alerta máximo, nesta sexta-feira (1º), por conta do risco iminente de colapso de uma mina de sal-gema na região da Lagoa Mundaú, no Mutange. O possível desabamento pode abrir uma cratera de até 300 metros de diâmetro.

A situação é mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da cavidade de uma das minas da Braskem. 

Nesta quinta-feira (30), a prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso da mina 18, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A Defesa Civil de Maceió informou que a última medição apontou que a movimentação vertical acumulada na área é de 1,42 metro e a velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora.

Em nota, a Braskem disse que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira (28). A empresa ressalta que a região está desabitada desde 2020.

Das 35 cavidades exploradas pela empresa, nove receberam a recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM) de preenchimento com areia. Dessas, cinco tiveram o preenchimento concluído, em outras três os trabalhos estão em andamento e uma já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia. Além dessas, em outras cinco cavidades, foi confirmado o status de autopreenchimento.

Com informações da Agência Brasil.

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