ALAGOAS

O que está acontecendo em Maceió? Entenda situação de mina de sal-gema da Braskem

A Defesa Civil de Maceió está em alerta máximo, nesta sexta-feira (1º), por conta do risco iminente de colapso de uma mina de sal-gema

Publicado em: 01/12/2023 15:07 | Atualizado em: 01/12/2023 15:24

Mineração afetou cinco bairros de Maceió (Defesa Civil de Alagoas)
Mineração afetou cinco bairros de Maceió (Defesa Civil de Alagoas)
A Defesa Civil de Maceió, em Alagoas, está em alerta máximo, nesta sexta-feira (1º), por conta do risco iminente de colapso de uma mina de sal-gema na região da Lagoa Mundaú, no Mutange. O possível desabamento pode abrir uma cratera de até 300 metros de diâmetro.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, disse o órgão.
 
Segundo nota, o deslocamento vertical acumulado da mina é de 1,42 metros e a velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora. 
 
A mina 18 é formada por cavernas abertas pela Braskem para extração de sal-gema e que estavam sendo fechadas desde que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade havia provocado o afundamento do solo na região.
 
A extração na região teve início na década de 1970 com a Salgema Indústria Química, que tornou-se Braskem em 2002. O sal-gema é uma matéria-prima usada na indústria para obtenção de produtos como cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio.
 
A exploração mineral subterrânea em 35 minas, encerrada em 2019, afetou os bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Os problemas começaram a aparecer em 2018, com tremor de terra e rachaduras em imóveis e vias públicas após chuvas. Mais de 55 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.
 
 
Situação de emergência
 
A Prefeitura de Maceió decretou, nessa quinta (30), situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso da mina, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital.
 
Nove escolas foram estruturadas com carros-pipa, colchões, alimentação, equipes de saúde, equipes da Guarda Municipal e de assistência social para receber até 5 mil pessoas vindas das regiões afetadas.
 
Os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e dos Transportes, Renan Filho, também visitaram Maceió com uma equipe de técnicos para monitorar a situação.
 
Em uma rede social, Renan Filho disse que a empresa precisa ser responsabilizada pela situação.
 
“Não é hora de atribuir responsabilidade a quem não deve. A Braskem precisa ser responsabilizada civil e criminalmente pelo crime ambiental cometido em Maceió, garantindo a reparação aos danos materiais e ambientais causados aos maceioenses”, disse.
 
Dias também se manifestou sobre a gravidade da situação. “O cenário é grave, estamos falando de abalos sísmicos, bairros afundando, consequências de um possível crime socioambiental. O MDS está atento para acompanhar de perto a situação e prestarmos a assistência necessária para ajudar no que for preciso”, escreveu.
 
O que diz a Braskem

Em nota, a Braskem diz continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira (28). A empresa ressalta ainda que a região está desabitada desde 2020.
 
"Referido monitoramento, com equipamentos de ultima geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas como as que estão sendo adotadas no presente momento", disse a Braskem.

Tags: maceió, | braskem |

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL