MEIO AMBIENTE
Amazônia teve em novembro o maior número de incêndios desde 2017
Apesar de se manterem em um patamar elevado, os incêndios florestais diminuíram em relação a outubro deste ano e foram quase metade dos de setembro
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 01/12/2023 16:21
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| Amazônia brasileira registrou 13.943 incêndios florestais em novembro (Foto: MICHAEL DANTAS / AFP ) |
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia brasileira registrou 13.943 incêndios florestais em novembro, um número 26% maior que o mesmo período de 2022 e o mais alto para este mês nos últimos seis anos, consequência da seca histórica que o bioma enfrenta. O número de focos de calor medidos pelos satélites do INPE não era tão alto para este mês desde os 14.105 medidos em novembro de 2017, segundo dados divulgados hoje pelo órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Apesar de se manterem em um patamar elevado, os incêndios florestais diminuíram em relação a outubro deste ano (22.061 focos) e foram quase metade dos de setembro (26.452), quando costumam atingir o pico. O aumento dos focos de incêndio ocorreu porque a Amazônia, com a maior reserva de água doce do mundo, atravessa uma seca severa que levou o nível de água dos rios a uma baixa recorde em outubro. Embora as chuvas de novembro tenham elevado um pouco o nível dos rios, a região ainda tem extensas áreas isoladas por dificuldades de navegabilidade e dezenas de municípios em estado de alerta e emergência.
De acordo com o Centro de Monitorização de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), a atual seca, que pode ser histórica, é consequência do fenômeno El Niño, que este ano tem sido mais intenso do que em 2015 e 2016, quando o bioma viveu sua pior crise hídrica. Além disso, a queda acentuada das chuvas na Amazônia também foi agravada pelo aquecimento do Atlântico tropical e pelas temperaturas recordes registradas em todo o Brasil nas últimas semanas.
Não obstante a situação, o número acumulado de incêndios na Amazônia brasileira entre janeiro e novembro deste ano (93.945) caiu 16,3% em relação aos 11 primeiros meses de 2022 (112.077). O governo federal aumentou os recursos e a fiscalização na região amazônica com o objetivo de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e promoveu um plano de combate ao crime organizado, que nos últimos anos aumentou a sua influência na região.
Os dados do INPE apontam que as medidas permitiram que o desmatamento na Amazônia fosse reduzido em 49,9% nos primeiros nove meses de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.
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