RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Brasil afirma que Mercosul apresentou contraproposta do acordo com UE
Proposta do Mercosul é uma resposta aos novos requisitos ambientais apresentados pela UE no início do ano
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 06/09/2023 14:10
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O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos líderes que mais criticou publicamente a nova posição da UE (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado ) |
Nesta quarta-feira (6), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciou que o Mercosul, cujo país ocupa neste semestre a presidência rotativa, já apresentou a sua contraproposta à União Europeia (UE) para tentar concluir a ratificação do tratado entre os dois blocos, cuja negociação começou há 23 anos.
A proposta do Mercosul é uma resposta aos novos requisitos ambientais apresentados pela UE no início do ano, que levantam a possibilidade de impor sanções e restrições comerciais pelo não cumprimento dos requisitos ambientais. “O Mercosul, principal parceiro econômico da UE na América Latina, com uma participação de quase 40% do comércio total, quer que o bloco europeu seja flexível nas suas exigências ambientais. A UE deve ter em conta que o Brasiltem uma política muito clara para a preservação da Amazônia, que prometeu acabar com o desmatamento da maior floresta do planeta até 2030 e promover a recuperação de terras rurais degradadas”, disse Vieira.
O chanceler acrescentou que não pode dar nenhuma garantia de que a União Europeia aceitará, mas que irão negociar. No entanto, o ministro manifestou confiança de que as negociações para o acordo comercial entre os dois blocos possam ser concluídas, porque, destacou, tanto a UE como o Mercosul declararam "ao mais alto nível que se trata de um acordo estratégico."
Vieira também revelou que os negociadores dos dois blocos realizaram uma reunião virtual na última segunda-feira e se reunirão presencialmente no Brasil no dia 15 de setembro.
O Mercosul e a UE retomaram, no início do ano, as negociações para concluir o acordo preliminar que ambos os blocos alcançaram em 2019, após duas décadas de negociações. As negociações foram complicadas pelas novas exigências ambientais levantadas pelo bloco europeu, que foram descritas como inaceitáveis pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos líderes que mais criticou publicamente a nova posição da UE, definindo essas demandas ambientais como "protecionismo verde".
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