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DESAPARECIDO

Indigenista pernambucano já havia sofrido ameaças

Publicado: 10/06/2022 às 10:51

/Foto: Arquivo Pessoal

/Foto: Arquivo Pessoal

Bruno Pereira, de 41 anos, é pernambucano do Recife, onde viveu até os 22 anos de idade, quando partiu para a Amazônia. Segundo de três filhos, ele é um especialista da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um conhecido defensor dos direitos indígenas. Foi coordenador regional da Funai em Atalaia do Norte, município para onde viajava com o jornalista Don Phillips, correspondente do jornal The Guardian, quando desapareceram.
 
Torcedor do Sport e, como bom pernambucano, amante da cultura local e do Carnaval,não vinha ao Recife com muita frequência por conta das atividades profissionais - a média é de uma visita anual. Sua viagem mais recente à terra natal aconteceu em novembro do ano passado. Bruno coordenou a unidade de Indígenas Isolados e Recém Contatados da Funai, onde esteve a cargo de uma das maiores expedições dos últimos tempos para contatar grupos isolados e evitar conflitos entre etnias. 
 
Ele estava de licença, dedicando-se junto a ONGs e projetos para melhorar a vigilância nas aldeias do Vale do Javari, um território indígena remoto na fronteira com o Peru, ameaçado por narcotraficantes,pescadores,madeireiros e garimpeiros ilegais. Seu trabalho em defesa dos povos indígenas lhe rendeu ameaças regulares destes grupos criminosos. Quando desapareceram, Bruno acompanhava o jornalista britânico como guia, na segunda viagem da dupla por esta região isolada desde 2018.
 
O indigenista é casado e pai de três filhos. “Cada vez que entra na floresta, ele traz esta paixão com o objetivo de ajudar o próximo”, afirmou a família em um comunicado.
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