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Governador do RS sobre assassinato no Carrefour: "Cenas são incontestes"
Publicado: 20/11/2020 às 14:02

/Ed Alves/CB/DA.Press
O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se pronunciou no fim da manhã desta sexta-feira (20/11) sobre o assassinato de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças de uma unidade da rede Carrefour. Em entrevista ao canal GloboNews, Leite declarou que o crime indignou a todos. “Nós todos nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro num supermercado aqui na capital gaúcha”, iniciou.
O governador afirmou também que "os excessos" serão apurados. “Todas as circunstâncias em que este crime aconteceu serão apuradas. Todo o esforço do Estado na apuração para que os responsáveis por este crime enfim enfrentem a Justiça, tendo a sua oportunidade da sua defesa, mas as cenas são incontestes de que houve excessos que deverão ser apurados e dada a consequência para este crime”, declarou.
Ele encerrou sua participação no noticiário dizendo que há uma equipe técnica do Comitê de Violência Racial, ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do estado, que acompanhará os desdobramentos “deste fato lamentável do dia 20 de novembro” junto a organizações da sociedade civil. “Nossa solidariedade aos familiares e aos amigos da vítima, do João, e a certeza que damos a ele e a todo o povo gaúcho de que a apuração será absolutamente rigorosa para que haja consequências deste ato lamentável”, concluiu.
“Revoltante”
Em nota enviada ao Correio, o Instituto Luís Gama — organização não governamental que luta pela garantia dos direitos da população negra no país — afirmou que é lamentável que, no dia em que o Brasil se dedica às reflexões sobre a temática racial, a principal notícia seja a de mais um homem negro brutalmente assassinado.
“Infelizmente mais um dia normal no noticiário brasileiro. Mas até quando vamos aceitar que esse tipo de situação não gere ações concretas pelo Estado, empresas e sociedade civil para prevenir e solucionar casos como esse?”, questiona o texto.
A publicação segue cobrando que toda a sociedade se mobilize para que o enfrentamento do problema na prática. “Não vamos sair desse ciclo vicioso enquanto não ocorrerem na sociedade mudanças profundas e concretas para dar fim a esse cenário de desigualdade racial. A população negra precisa de respeito e igualdade, e a sociedade precisa parar de normalizar o racismo”, conclama.
Leia a nota na íntegra:
É lamentável e revoltante que no Dia da Consciência Negra tenhamos que repercutir mais um fim trágico de um negro, que foi espancado até a morte em um supermercado, na madrugada do dia 19 de novembro, em Porto Alegre. Infelizmente mais um dia normal no noticiário brasileiro. Mas até quando vamos aceitar que esse tipo de situação não gere ações concretas pelo Estado, empresas e sociedade civil para prevenir e solucionar casos como esse?
Hoje, 20 de novembro de 2020, dia dedicado à reflexão da temática sob o ponto de vista de construirmos soluções, estamos mais uma vez debruçados sobre um fato aterrorizante e corriqueiro. Não vamos sair desse ciclo vicioso enquanto não ocorrerem na sociedade mudanças profundas e concretas para dar fim a esse cenário de desigualdade racial.
A população negra precisa de respeito e igualdade, e a sociedade precisa parar de normalizar o racismo.
Por isso, nesse dia triste, que lamentamos indignados a morte de mais um negro, deixamos um questionamento para uma reflexão em busca de respostas: o que você tem feito para combater o racismo?
*O Instituto Luiz Gama é uma organização não-governamental que tem por objetivo lutar contra o preconceito e pela defesa dos direitos e garantias fundamentais dos negros e das minorias no país.
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