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REPÚDIO

Candidatas do PSOL entram com representação contra Constantino no MP

Publicado: 06/11/2020 às 16:10

/Foto: Reprodução

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Os comentários do escritor Rodrigo Constatino sobre o caso Mariana Ferrer continuam reverberando negativamente. Nesta sexta-feira (6), as Juntas - candidatura coletiva pelo PSOL à Câmara Municipal de São Paulo - entraram com uma representação contra ele na Procuradoria do MPSP (Ministério Público de São Paulo).

As co-candidatas Jussara Basso, Débora Lima e Tuca alegam que o discurso do comentarista sobre caso da blogueira, que foi vítima de violência sexual em um beach club de Florianópolis (SC) em 2018, é uma incitação ao crime de estupro. As três são militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) — que é liderado pelo candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos.

"Pelas condutas do Representado [Constantino], apresenta-se que este se utilizou de sua expressão na internet para propagar discursos misóginos, questionando a moral e a idoneidade de mulheres vítimas de violência, além de propagar ofensas às mulheres que debatem publicamente a cultura do estupro", diz a representação encaminhada ao MPSP.

Durante uma live no YouTube, Constantino afirmou que se a situação tivesse ocorrido com a sua filha, ele não denunciaria o estuprador e colocaria a menina de castigo. "Se minha filha for estuprada nessas circunstâncias, ela vai ficar de castigo feio. Eu não vou denunciar um cara desse para a polícia", disse o comentarista. 

"Se a minha filha chegar em casa, e eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas se ela chegar em casa e disser: 'Fui estuprada'. [Vou pedir para ela ] Me dar as circunstâncias", afirmou Constantino. "Fui em uma festinha, eu e três amigas, tinham 18 homens, bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada. Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses pra polícia, eu vou dar esporro na minha filha", exemplificou o comentarista na tentativa de justificar sua fala.
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