FEMINICÍDIO EM MINAS GERAIS

Atirador de Paracatu tinha mais seis balas quando foi atingido pela PM

Publicado em: 22/05/2019 11:04

Foto: Reprodução
A tragédia que começou com um feminicídio e terminou em massacre em um templo religioso na noite dessa terça-feira (21/5), em Paracatu (MG), poderia ter sido pior, caso policiais militares não tivessem atirado no criminoso. 

No momento em que foi baleado, Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, apontado como ex-militar das Forças Armadas, tinha ainda seis cartuchos intactos calibre .36 na arma do crime e uma garrucha com capacidade para uma bala.

“Temos a informação de que ainda havia 20 pessoas no local e ele estava com mais seis balas intactas. Se a PM não tivesse chegado a tempo, a situação seria muito pior”, disse o porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), major Flávio Santiago.

De acordo com a corporação, Rudson esfaqueou a ex-namorada, Heloísa Vieira Andrade, 59 anos, na casa em que ela estava. Depois, foi ao templo que frequentava e lá atirou contra fiéis que oravam na Igreja Batista Shalom, situada no Bairro Bela Vista, matando mais três pessoas: Rosângela Albernaz, de 50; Marilene Martins de Melo Neves, de 52; e Antônio Rama, de 67, pai de Evandro Rama, pastor que celebrava o culto e sofreu uma fratura no pé ao tentar escapar do local.

O atentado gerou indignação e horror na cidade, onde moradores ameaçaram invadir o hospital onde o atirador foi atendido. Nesta quarta-feira de manhã (22/5), ele continuava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Feminicídio
 
Segundo a PM, Rudson foi até a casa da ex-namorada, onde também estavam a mãe e a irmã dele. Lá, Rudson desferiu uma facada contra o pescoço da ex-companheira. O Corpo de Bombeiros tentou socorrê-la, mas a mulher morreu a caminho do hospital com uma parada cardiorrespiratória. Depois de fazer a primeira vítima, o atirador correu para o templo religioso. Lá, inicialmente, atirou contra dois idosos: uma mulher e um homem. Eles sofreram ferimentos no crânio e morreram também por parada cardiorrespiratória.

Instantes depois, Rudson rendeu outra fiel e a manteve sob ameaça. A Polícia Militar chegou ao local da ocorrência e tentou negociar com o atirador. Contudo, segundo o registro da ocorrência, o homem não deu ouvidos aos PMs e atirou na refém, elevando o número de óbitos da tragédia para quatro. De imediato, com objetivo de deter o autor, militares atirou no homem. Atingido na clavícula, ele foi socorrido no hospital da cidade. 

Segundo a PM, ele já teve problemas com drogas e teria deixado a igreja por esse motivo. De acordo com relatos de moradores de Paracatu, o homem reclamava de ouvir vozes. “Tudo indica que foi um surto (psicótico)”, afirmou o tenente-coronel Luiz Magalhães, do 45ª Batalhão de Polícia Militar de Paracatu.

Um militar que frequentava a igreja informou que Rudson era frequentador do templo. Contudo, só ia esporadicamente aos cultos. A PM informou que, depois que o atirador foi internado, moradores da cidade, revoltados, tentaram invadir o hospital de Paracatu. Por isso, a polícia precisou cercar o local.
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