Desativação

Justiça proíbe operação de barragens da Vale em Nova Lima, Itabira e São Gonçalo do Rio Abaixo

Publicado em: 04/02/2019 17:08

Vale estima impacto de 30 milhões de toneladas de minério de ferro na sua produção, com a paralisação da barragem Laranjeiras da Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo. Foto: Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press
Justiça exige que a mineradora Vale pare de lançar rejeitos em oito barragens e deixe de praticar qualquer atividade que aumente os riscos das estruturas. A ordem inlcui a desativação da barragem Laranjeiras, da Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas, considerada um dos maiores complexos minerários do mundo.

A decisão é da 22ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte e atende pedido do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Como o processo corre em segredo de Justiça, o Ministério Público nem o Tribunal de Justiça de Minas Gerais(TJMG) deram detalhes sobre o caso. A Vale informou que vai recorrer do pedido.

Confira as barragens proibidas de receber rejeitos pela Justiça:


Aterro Compactado
Laranjeiras – Mina do Brucutu, São Gonçalo do Rio Abaixo
Capitão do Mato – Nova Lima
Dique B – Complexo Vargem Grande, Nova Lima
Taquaras – Mina Mar Azul Velhas, Nova Lima
Menezes II – Mina Córrego do Feijão, Brumadinho

A montante
Forquilha I – Mina do Fábrica, Complexo Itabiritos, Itabira
Forquilha II – Mina do Fábrica, Complexo Itabiritos, Itabira
Forquilha II – Mina do Fábrica, Complexo Itabiritos, Itabira

Somente o impacto estimado da paralisação temporária da barragem de Laranjeiras, na mina de Brucutu, é de aproximadamente 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Isso representa 7,5% da produção total estimada pela Vale para este ano, que é de cerca de 400 milhões de toneladas.

Segundo a mineradora, três das barragens – Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III –, todas na Mina do Fábrica, em Itabira, na Região Central, estavam inoperantes. As três usam o método chamado alteamento a montante, o mais inseguro e o mesmo adotado na barragem I da Mina Córrego do Feijão, que rompeu em Brumadinho, na Grande BH. Até agora, são 134 mortes confirmadas e 199 pessoas desaparecidas.

Mas a Justiça também pediu que a empresa se abstenha de usar outras cinco barragens, uma em São Gonçalo do Rio Abaixo, três em Nova Lima, na Grande BH, e uma também na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Elas usam outro método, chamado de aterro compactado. “As estruturas convencionais têm propósito exclusivo de contenção de sedimentos e não de disposição de rejeitos, à exceção da barragem de Laranjeiras”, explicou a Vale.

“Todas as barragens estão devidamente licenciadas e possuem seus respectivos atestados de estabilidade vigentes. A Vale entende, assim, que não existe fundamento técnico ou avaliação de risco que justifique uma decisão para suspender a operação de qualquer dessas barragens”, informou, em nota, a empresa.
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