Investigação

PF deflagra operação contra compra superfaturada de tablets

O procedimento licitatório custou mais de R$ 1 milhão usado na compra dos tablets, com recursos do Ministério da Saúde

Por: AE

Publicado em: 07/03/2018 11:43 | Atualizado em: 07/03/2018 12:22

Foto: Reprodução/Flickr

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (7) uma operação para apurar irregularidades na compra de 450 tablets (microcomputadores portáteis) para uso na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Marília, município com 220 mil habitantes e distante 443 quilômetros da capital paulista. Agentes da PF cumpriram seis mandados de busca e apreensão em Marília, dois em São Paulo, dois em São Caetano do Sul, um em Osasco e no município de Sete Barras. As irregularidades foram encontradas em uma licitação realizada em 2016.

O procedimento licitatório custou mais de R$ 1 milhão usado na compra dos tablets, com recursos do Ministério da Saúde. A operação batizada de “Reboot” apura a suspeita de que todas as empresas participantes da licitação seriam vinculadas a Fauzi Fakhouri Júnior, que é cunhado de Danilo Bigeschia, servidor da secretaria e, atualmente, vereador na cidade. O valor de R$ 2.405,00 de cada tablet também chamou a atenção dos investigadores.

Os agentes compararam o custo dos equipamentos para a pasta da Saúde com os adquiridos pela Secretaria de Educação de Marília no mesmo ano, quando cada tablet custou R$ 1.172,00, com as mesmas especificações técnicas, garantia e suporte por parte da empresa fornecedora. A PF estima o prejuízo em meio milhão de reais.

Suspeita-se ainda de direcionamento da licitação, com a inclusão de pré-requisitos incompatíveis com as necessidades da contratação. Os acusados teriam praticado outras fraudes, como a falta de publicação em jornal de grande circulação e uso de documento falso pela empresa vencedora, Kao Sistemas de Telecomunicações Ltda. A Kao alterou seu objeto social, 22 dias após a licitação, dizendo atuar no ramo de equipamentos de telefonia e comunicação.

De acordo com a PF, o termo Reboot significa o reinicio do procedimento licitatório com valores discrepantes. Os acusados poderão responder pelos crimes de fraude a licitação, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro.
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