Rio de Janeiro Saída das Forças Armadas deixam moradores da Rocinha apreensivos Temor por nova guerra de facções é forte entre as pessoas que moram na comunidade

Publicado em: 29/09/2017 19:26 Atualizado em:

(Vladimir Platonow/Agência Brasil) ((Vladimir Platonow/Agência Brasil))
(Vladimir Platonow/Agência Brasil)
A saída das Forças Armadas da Rocinha, na manhã desta sexta-feira (29), deixou os moradores temerosos de uma nova guerra entre traficantes a qualquer momento. Para tentar conter um possível embate, a Polícia Militar (PM) aumentou o contingente na área para 500 homens, incluindo Batalhão de Choque e Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Hoje (29), sem a presença dos cerca de mil soldados e dos veículos blindados da Forças Armadas, que ocuparam a comunidade desde o dia 22, os moradores mostravam insegurança. Quem aceitava falar com a reportagem, dizia que a expectativa era de guerra em breve.

"A coisa está estranha. É guerra daqui a pouco", previu um entregador de jornais, pai de três crianças, enquanto buscava uma delas no colégio.

Duas irmãs, que bebiam uma cerveja em um bar ao lado da Autoestrada Lagoa-Barra, demonstravam descrença. "Com a saída [das Forças Armadas] vai começar tudo de novo", disse uma delas. "O morro não vai ficar sem dono", completou a outra.

Uma senhora, vendedora de rua, preferiu não se posicionar. "Para mim, tanto fez quanto tanto faz. Moro aqui há 40 anos. Não me meto na vida de ninguém", disse, em princípio resistente a falar com a reportagem.

Secretário

Para demonstrar a presença do Estado na Rocinha, o secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, foi à comunidade a tarde. Ele caminhou por uma das principais ruas da favela, a Via Ápia, cumprimentou as pessoas e parou para falar com moradores.

Perguntado se a população da Rocinha deveria temer uma nova guerra do tráfico, Roberto Sá respondeu: "A população tem que ter certeza de que nós estamos aqui para protegê-la. Estamos aqui e vamos fazer tudo para protegê-la. A população tem que acreditar que a polícia está aqui para fazer o seu máximo".

Após falar com a imprensa, Roberto Sá embarcou em um comboio e foi até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da comunidade.


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